Redação | 25 de setembro de 2025 - 08h45

Inflação acelera em 0,48% em setembro e volta a preocupar

Prévia do IPCA-15 indica alta de 0,48%, puxada principalmente pelo fim do desconto na conta de energia elétrica

ECONOMIA MS
Preços de Alimentação e bebidas caíram 0,35% em setembro, após queda de 0,53% em agosto, segundo o IBGE - (Foto: Alex Silva/Estadão)

A prévia da inflação de setembro apontou uma aceleração nos preços e acendeu um alerta para o bolso das famílias de Mato Grosso do Sul e de todo o país. O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) subiu 0,48%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (25) pelo IBGE. Em agosto, o indicador havia recuado -0,14%.

O principal impacto veio da energia elétrica, que ficou mais cara em setembro com o fim do Bônus Itaipu — desconto que reduziu a conta de luz de mais de 80 milhões de consumidores no mês anterior. Com o benefício encerrado, a fatura voltou a subir e pressionou o índice inflacionário.

Com esse avanço, o IPCA-15 acumulado em 12 meses chegou a 5,32%, acima da meta definida pelo governo federal, que é de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual (ou seja, até 4,5%).

Em setembro de 2024, a mesma prévia marcava 0,13%. A diferença mostra o impacto direto dos preços administrados e da volatilidade de setores como energia, que têm forte peso no orçamento doméstico.

O IPCA-15 é uma prévia da inflação oficial e serve como termômetro para o comportamento dos preços no país. Ele adota a mesma metodologia do IPCA “cheio”, com diferença no período de coleta: os dados de setembro, por exemplo, foram apurados entre os dias 15 de agosto e 15 de setembro.

O índice considera uma cesta de produtos e serviços voltada para famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos (hoje, o mínimo está em R$ 1.518). No caso do IPCA-15, os preços são coletados em 11 regiões metropolitanas, incluindo Goiânia e Brasília, mas não contempla cidades como Campo Grande, que entram apenas no IPCA completo — com divulgação prevista para 9 de outubro.