Aline Kraemer | 25 de setembro de 2025 - 09h20

Frente parlamentar é criada para combater violência contra profissionais de saúde em MS

Iniciativa da deputada Lia Nogueira busca propor medidas práticas após aumento de agressões a médicos e enfermeiros no estado

DIGNIDADE NO TRABALHO
Frente parlamentar foi lançada com apoio de entidades da saúde e representantes da sociedade civil - (Foto: Wagner Guimarães)

Diante do aumento de agressões contra médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde em Mato Grosso do Sul, a Assembleia Legislativa lançou ontem (24) uma frente parlamentar voltada ao enfrentamento da violência nas unidades de atendimento.

A criação do grupo foi proposta pela deputada estadual Lia Nogueira (PSDB) e apresentada em reunião realizada no Plenarinho Nelito Câmara. O objetivo é debater medidas práticas e propor políticas públicas para melhorar a segurança de quem trabalha no setor.

A iniciativa ganhou o apoio de entidades de classe, conselhos profissionais, parlamentares e representantes da sociedade civil.

Durante a apresentação, a deputada exibiu vídeos e relatos de episódios recentes de violência em cidades como Dourados e Campo Grande. Um dos casos citados envolveu profissionais que se esconderam em um banheiro de uma UPA para fugir de agressões. Em outro, dois médicos trocaram tapas com um paciente.

“Esses não são fatos isolados. São situações que se repetem em diversas cidades do estado”, afirmou Lia. Segundo ela, os casos incluem ameaças, agressões físicas e verbais, e até homicídios. “No ano passado, um médico foi assassinado a facadas por um paciente em Douradina. Isso não pode continuar acontecendo.”

MS tem o segundo maior número de casos no Centro-Oeste - Dados do Conselho Federal de Medicina apontam que Mato Grosso do Sul ocupa o segundo lugar na região Centro-Oeste em número de ocorrências contra profissionais da saúde. A maioria dos registros envolve médicos. Já o Conselho Regional de Enfermagem contabilizou, somente no ano passado, 60 casos de violência contra profissionais da área – a maioria mulheres.

“Muitos desses casos nem chegam a ser registrados por medo de retaliação ou perda do emprego”, destacou a deputada. Ela reforçou que a frente parlamentar vai trabalhar com base em dados concretos, ouvindo especialistas e entidades da área para propor mudanças legislativas e ações administrativas.