Agência Brasil | 24 de setembro de 2025 - 17h45

Programa Gás do Povo desperta interesse internacional e já é referência para mais de 60 países

Ministro de Minas e Energia afirma que modelo brasileiro pode inspirar iniciativas semelhantes em nações em desenvolvimento, especialmente na África

GÁS DO POVO
Programa Gás do Povo desperta interesse internacional e já é referência para mais de 60 países. - (Foto: REUTERS/Caetano Barreira)

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quarta-feira (24) que mais de 60 países em desenvolvimento solicitaram apoio da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para criar programas semelhantes ao Gás do Povo, lançado neste mês pelo governo federal. A iniciativa prevê fornecer gratuitamente gás de cozinha a 17 milhões de famílias em situação de vulnerabilidade até 2026.

A declaração foi feita durante a abertura da Liquid Gas Week 2025, realizada no Rio de Janeiro. Para o ministro, o programa brasileiro é um “exemplo para o mundo” e pode servir como modelo de inclusão social e energética.

“Oferecemos a expertise que temos da nossa Empresa de Pesquisa Energética para levar esse modelo aos países em desenvolvimento, em especial os africanos. Que a gente possa ajudar a cumprir o compromisso do ODS 7 da ONU, em sintonia com o que o presidente Lula disse ao mundo: só com diálogo vamos resolver problemas transversais a todos”, destacou Silveira.

Segundo o governo, o programa deve reduzir em até 50% o uso de lenha e carvão nas residências, o que terá impacto direto na saúde de mulheres e crianças, além de contribuir para a diminuição de emissões de dióxido de carbono e partículas nocivas.

“O Gás do Povo é uma prioridade nacional. Tenho convicção de que teremos estabilidade regulatória e execução segura do programa. Assim, poderemos comemorar a preservação da saúde pública de mulheres e crianças, em regiões como o Nordeste, Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha, Mucuri, Norte do Brasil, mas também em áreas do Sul, Centro-Oeste e Sudeste, onde ainda há miséria energética”, completou o ministro.

O gás liquefeito de petróleo (GLP) está presente em 100% dos municípios e em 91% dos lares brasileiros. Todos os meses, cerca de 35 milhões de botijões são movimentados no país, por meio de mais de 59 mil revendas autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O setor emprega aproximadamente 330 mil pessoas de forma direta e indireta, e o Brasil ocupa a sétima posição mundial no consumo residencial de GLP.

Durante o evento, Silveira também comentou sobre o processo de licenciamento ambiental para exploração de petróleo na Foz do Amazonas, região conhecida como Margem Equatorial. Segundo ele, os avanços técnicos indicam que as primeiras perfurações podem começar no primeiro semestre de 2026.

“Houve avanços no licenciamento, todos sabem disso. As sondas já estão sendo preparadas. Vai acontecer a pesquisa e, pelos estudos geológicos, acredito que teremos grandes notícias em relação à descoberta de petróleo”, afirmou.

Silveira reforçou que o processo está seguindo os trâmites técnicos do Ibama. “É o tempo natural para que todas as questões técnicas sejam resolvidas, mas acredito que no primeiro semestre do ano que vem teremos boas notícias sobre a perfuração na Margem Equatorial.”