Carlos Guilherme | 24 de setembro de 2025 - 10h20

Justiça determina retorno à prisão de investigados por chefiar esquema do jogo do bicho

Cinco suspeitos da Operação Successione, ligados a organização criminosa armada em MS, voltam à prisão por decisão unânime do TJMS

CAPITAL
Operação Successione mira grupo armado que disputava controle do jogo do bicho em Campo Grande - (Foto: Arquivo)

Cinco investigados por integrar uma organização criminosa que atuava com violência para dominar o jogo do bicho em Campo Grande tiveram a prisão preventiva restabelecida ontem (23) pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. A decisão foi unânime entre os desembargadores da 1ª Câmara Criminal e atendeu a pedido do Gaeco, braço do MPMS especializado no combate ao crime organizado.

O grupo é alvo da Operação Successione, deflagrada em dezembro de 2023, e é apontado como responsável por ataques contra rivais, com uso de armas de fogo, para tomar o controle do jogo ilegal na capital. A organização, segundo a investigação, contava até com a participação de policiais militares da reserva.

A nova decisão do TJMS reverte uma sentença anterior que havia concedido liberdade provisória aos suspeitos. Para o relator do caso, desembargador Jonas Hass Silva Júnior, os crimes atribuídos aos acusados são graves e a soltura representa risco à ordem pública. O parecer do procurador de Justiça Marcos Sisti também reforçou esse entendimento.

Um dos acusados, que estava foragido e em tratamento contra câncer, teve a prisão convertida em domiciliar. No entanto, o restante dos investigados deverá ser recolhido novamente ao sistema prisional.

A Justiça entendeu que, mesmo com o encerramento da fase de instrução do processo, ainda existem riscos suficientes para manter as prisões. Esse entendimento segue a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, que admite a continuidade da prisão preventiva em casos de alta periculosidade.

A Operação Successione foi criada após o enfraquecimento de outras facções com a Operação Omertà, que, desde 2019, desarticulou grupos que usavam violência e corrompiam agentes públicos para explorar o jogo do bicho em Campo Grande e Ponta Porã.