Réu de 59 anos é condenado por tentativa de assassinato de Trump em campo de golfe
Júri declara culpado Ryan Routh após julgamento de duas semanas; sentença será em dezembro
MUNDOApós duas semanas de julgamento, um júri federal levou apenas duas horas na tarde desta terça (23) para condenar Ryan Routh, de 59 anos, por tentar assassinar o expresidente Donald Trump em um campo de golfe na Flórida. O ataque ocorreu em 2024, mas foi frustrado por um agente do Serviço Secreto que atirou e fez Routh recuar.
Durante o veredicto, o réu tentou ferir-se no pescoço com uma caneta flexível — usada como medida de segurança em custódia —, mas sem sucesso. A juíza Aileen Cannon marcou a sentença para 18 de dezembro; ele pode pegar prisão perpétua.
Procuradores afirmaram que Routh planejou o crime por semanas. No dia 15 de setembro de 2024, ele apontou um rifle entre arbustos enquanto Trump jogava golfe em West Palm Beach. Um agente do Serviço Secreto o identificou antes da chegada de Trump; ao ser confrontado, Routh abandonou a arma e fugiu.
Routh dispensou seus advogados durante o processo, optando por se defender sozinho nas audiências. Ele interrogou apenas três testemunhas, enquanto a acusação levou 38 ao júri. Durante o julgamento, afirmou que jamais teve intenção de matar, alegando que o gatilho não foi acionado e que poderia ter disparado contra o próprio agente.
Nativo da Carolina do Norte, Routh trabalhou na construção civil antes de se mudar para o Havaí. Ele se autointitulava “líder mercenário” e participou de ações controversas, como tentativa de recrutar combatentes internacionais. Em 2002, foi preso com metralhadora e explosivo; em 2010, um armazém seu foi encontrado cheio de itens roubados. Ele já enfrentou acusações de terrorismo e violência política.
Após o anúncio da condenação, o tribunal reagiu com tumulto. A filha de Routh entrou na sala avisando “Pai, eu te amo”. Deputados e autoridades comentaram o caso. Trump disse que o processo foi conduzido com justiça e chamou o ocorrido de “inaceitável”.
A procuradora-geral Pam Bondi classificou o veredicto como “exemplo do compromisso do Departamento de Justiça contra a violência política”.