Alimentos comercializados na Ceasa-MS percorrem até 3 mil km antes de chegar ao consumidor
Produtos vendidos em Campo Grande têm origem em 14 estados e 5 países, revelando a ampla logística do setor hortigranjeiro
ECONOMIAOs alimentos que abastecem o mercado sul-mato-grossense e chegam à mesa dos consumidores via Ceasa-MS percorrem longas distâncias. Do Ceará a Portugal, do Chile ao Pará, o entreposto de Campo Grande recebe frutas, legumes e verduras de 14 estados brasileiros e cinco países, revelando a complexa e extensa logística envolvida na distribuição dos hortigranjeiros no estado.
O levantamento, referente ao primeiro semestre de 2025, mostra que os produtos mais vendidos vêm de diversas regiões do Brasil e até de fora do continente. As distâncias percorridas superam os 3 mil quilômetros em alguns casos, com destaque para itens como banana, maçã, cebola, laranja e melancia.
Banana veio de 11 estados e cruzou o país
Produto mais vendido na Ceasa-MS nos primeiros seis meses do ano, a banana chegou de 11 estados diferentes. Minas Gerais foi o maior fornecedor, com 7 mil toneladas. O Ceará, distante mais de 3 mil km de Campo Grande, enviou 4,6 mil toneladas da fruta.
Tomate e batata chegaram de regiões Sul, Sudeste e Nordeste
Com 12,8 mil toneladas vendidas, o tomate chegou de dez estados, incluindo Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. O Paraná liderou o fornecimento com 3,3 mil toneladas.
A batata, por sua vez, teve origem em oito estados. O destaque também foi para o Paraná (5,8 mil toneladas), seguido por São Paulo e Minas Gerais. Até mesmo o Pará contribuiu com 27,5 toneladas, mesmo estando a quase 2.800 km de distância da capital sul-mato-grossense.
Cebola cruzou fronteiras
A quarta colocada em volume comercializado, a cebola veio não só de sete estados brasileiros, mas também da Argentina, com 194,2 toneladas exportadas para a Ceasa de Campo Grande.
Melancia de Norte a Sul — e até do Sertão
A melancia foi fornecida por produtores de 13 estados brasileiros. A maior parte da fruta foi produzida em Mato Grosso do Sul (2,1 mil toneladas), mas houve envio até de Pernambuco, a cerca de 3.100 km da capital, que contribuiu com 7 toneladas.
Laranja e maçã chegaram da Europa e América do Sul
A Ceasa-MS também recebeu frutas importadas. Portugal enviou 49 toneladas de laranja para o entreposto. Já a maçã teve origem em quatro países: Argentina, Chile, Portugal e Uruguai — que juntos enviaram 293,7 toneladas. O restante veio de estados como Santa Catarina, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Repolho e cenoura também cruzaram o mapa
O repolho, sétimo produto mais vendido, teve como maior fornecedor o estado de São Paulo (2,3 mil toneladas), mas também veio de regiões como Espírito Santo e Goiás. A cenoura teve origem em cinco estados, com destaque novamente para São Paulo.
Mandioca: o destaque regional
A mandioca foi o único produto entre os dez mais comercializados cuja produção majoritária é local. Mato Grosso do Sul respondeu por 3 mil das 3,2 mil toneladas vendidas. Pequenos volumes também vieram de Minas Gerais, São Paulo e Paraná.
Para o diretor de Abastecimento e Mercado da Ceasa-MS, Fernando Begena, o mapa da origem dos produtos ajuda a identificar oportunidades para produtores locais.
"Esses dados mostram que ainda há espaço para ampliar a produção interna de muitos itens que hoje vêm de fora, desde que haja estrutura, planejamento e constância no fornecimento", afirma.