24 de setembro de 2025 - 07h10

José Pedro Croft abre exposição gratuita no CCBB Rio com 170 obras e instalação interativa

Mostra do artista português reúne esculturas, gravuras e desenhos e fica em cartaz até 17 de novembro

CULTURA
Artista português José Pedro Croft apresenta exposição gratuita com 170 obras no CCBB Rio até 17 de novembro. - (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

O artista português José Pedro Croft inaugura nesta quarta-feira (24) sua nova exposição no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. A mostra, intitulada José Pedro Croft: reflexos, enclaves, desvios, ocupa o espaço até o dia 17 de novembro com entrada gratuita.

Ao todo, o público poderá conferir 170 obras, entre esculturas, gravuras e desenhos. Um dos destaques da exposição é uma instalação criada especialmente para o átrio central do prédio histórico do CCBB, onde espelhos refletem a arquitetura do local em uma espécie de “quebra-cabeça visual”.

Croft, nome conhecido da arte contemporânea portuguesa, aposta na interação entre materiais como ferro, vidro e espelho. Nas gravuras e desenhos, ele trabalha com linhas finas feitas manualmente com nanquim. “É uma forma de trazer o digital para o mundo real. Um gesto de resistência à avalanche de estímulos da vida conectada”, explica o artista.

Além da instalação, o público encontrará esculturas que incentivam a interação e obras que conversam entre si, como gravuras em preto e vermelho que fazem referência direta às formas das esculturas espelhadas.

Para o curador Luiz Camillo Osorio, a exposição cria um diálogo entre diferentes formas de expressão. “Metal, espelho, vidro, linha, cor, memória gráfica... tudo se conecta. É uma obra que reverbera”, afirma.

Osorio também destaca a longa trajetória de Croft, iniciada nos anos 1980, e sua importância no cenário internacional. “Ele já expôs em instituições como o MAM, a Bienal de São Paulo, a Pinacoteca e o Paço Imperial, mas fazia tempo que não mostrava seu trabalho no Brasil.”

Croft reforça que o visitante deve explorar a mostra com liberdade. “O ideal é entrar sem ideias prontas. Ver, sentir e só depois refletir”, sugere. Para ele, mesmo obras de grande porte precisam manter uma conexão humana. “Mesmo nas peças monumentais, procuro manter uma escala acessível. Isso é um princípio democrático.”