O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (23) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demonstrou simpatia por Luiz Inácio Lula da Silva durante a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York. Segundo Haddad, os dois líderes tiveram "química excelente" e devem iniciar conversas sobre integração econômica, investimentos e parcerias.

Trump também comentou sobre o encontro: "Ele me parece um homem muito bom. Gostei dele, e ele gostou de mim. Só faço negócios com quem gosto", afirmou o americano. O Itamaraty avalia que uma reunião por videochamada ou telefone possa ocorrer nas próximas semanas.

O diálogo surge em meio à crise causada pelas sanções e tarifas aplicadas pelos EUA ao Brasil após o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Haddad criticou a decisão americana, destacando que a sobretaxa de 40% sobre produtos brasileiros, aplicada após a primeira tarifa de 10%, foi equivocada tanto política quanto economicamente. Ele lembrou que os consumidores americanos estão pagando caro por produtos como café e carne.

O ministro ressaltou que a reforma tributária brasileira chegou em "boa hora" e prepara o país para enfrentar desafios globais. Segundo Haddad, o Brasil mantém boas relações comerciais com a Ásia, aproxima-se de um acordo com a União Europeia e o Mercosul, e retoma o diálogo com países africanos.

"Estávamos alinhando investimentos estratégicos em transformação ecológica com os EUA, que precisaram ser interrompidos, mas acreditamos que as iniciativas brasileiras vão aproximar os dois países", concluiu Haddad.