Redação E+ | 23 de setembro de 2025 - 08h45

Planos de saúde terão que cobrir novos medicamentos para lúpus a partir de novembro

Anifrolumabe e belimumabe passam a integrar a lista obrigatória da ANS e devem beneficiar cerca de 2 mil pacientes com forma sistêmica da doença

SAÚDE
Lesões nas bochechas e no nariz estão entre os sintomas frequentes de lúpus. - (Foto: Divulgação)

A partir de 3 de novembro, todos os planos de saúde do país serão obrigados a oferecer cobertura para dois medicamentos utilizados no tratamento do lúpus eritematoso sistêmico (LES): anifrolumabe e belimumabe. A medida foi anunciada nesta semana após a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) incluir os fármacos no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, lista que define os tratamentos mínimos que devem ser garantidos pelas operadoras.

Essa inclusão representa um avanço importante para pacientes adultos com LES, principalmente aqueles que, mesmo em tratamento padrão, enfrentam crises recorrentes e sintomas persistentes. Segundo estimativas, aproximadamente 2 mil pessoas serão diretamente beneficiadas.

Essa é a primeira vez que medicamentos específicos para o lúpus são inseridos no rol da ANS. Embora o belimumabe já tivesse sido aprovado anteriormente, sua cobertura estava limitada apenas à nefrite lúpica, uma complicação nos rins associada à doença.

Lúpus: o que é e como afeta o organismo

O lúpus é uma doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico passa a atacar células saudáveis do corpo, provocando inflamações e danos em diferentes tecidos. A enfermidade pode se manifestar de duas formas principais:

Os medicamentos incorporados agora ao rol têm como foco o LES em adultos, especialmente em casos de difícil controle clínico. De acordo com especialistas, a nova cobertura deve ampliar as possibilidades terapêuticas e melhorar significativamente a qualidade de vida desses pacientes.

O desenvolvimento do lúpus está associado a fatores genéticos, mas sua manifestação costuma depender de gatilhos externos, que ainda não são totalmente compreendidos pela ciência. Um dos agravantes conhecidos é a exposição à radiação ultravioleta, que pode provocar ou intensificar os sintomas da doença. A radiação estimula proteínas na pele que acabam sendo atacadas pelo sistema imune como se fossem invasores.