Otan alerta Rússia após invasão aérea na Estônia e diz estar pronta para agir com "determinação"
Secretário-geral Mark Rutte afirma que aliança não descarta derrubar aviões russos, dependendo da gravidade e da intenção das violações
INTERNACIONALO secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, afirmou nesta terça-feira, 23, que a aliança está pronta para agir com "determinação" diante de qualquer ameaça à segurança de seus países-membros. A declaração foi dada após a Rússia violar o espaço aéreo da Estônia, um dos integrantes da Otan, nos últimos dias.
Apesar de considerar que o episódio não configurou uma ameaça militar direta, Rutte criticou a atitude de Moscou e garantiu que o compromisso da aliança com a defesa dos aliados “é inabalável”. “A Rússia foi imprudente e irresponsável, mas fomos capazes de escoltá-los para fora e mostrar que vamos defender todo e qualquer aliado”, afirmou.
Durante a coletiva de imprensa, o secretário-geral frisou que a Otan possui “capacidades de defesa robustas” e que essas ferramentas serão utilizadas com cautela, levando em conta a gravidade de cada situação. “Se necessário, podemos derrubar aviões da Rússia, como já fizemos com drones. Contudo, isso dependerá da situação e se a invasão do espaço aéreo foi intencional ou não”, afirmou.
Rutte ainda mencionou que a aliança possui sistemas de monitoramento em tempo real, o que permite reações rápidas diante de ameaças à infraestrutura civil ou à integridade territorial de seus membros.
O caso da Estônia não é isolado. A Otan também confirmou recentes violações do espaço aéreo na Romênia e na Polônia — todos países-membros da aliança. Rutte disse que as respostas até aqui foram apropriadas e bem calibradas, com foco em evitar escaladas desnecessárias nas tensões com a Rússia.
"Continuaremos nossos exercícios de defesa para garantir que estamos prontos para qualquer desafio", declarou o secretário-geral.
Rutte pontuou que a Otan ainda investiga se as ações da Rússia foram intencionais. “Não somos ingênuos. Se não foi intencional, foi incompetência, e a Rússia tem total responsabilidade”, criticou. Ele afirmou ainda que essas violações colocaram vidas em risco e não serão ignoradas.
A aliança, segundo Rutte, continua a evoluir suas capacidades tecnológicas com base na experiência adquirida durante a guerra na Ucrânia, reforçando o compromisso com a defesa coletiva.