Laís Adriana | 23 de setembro de 2025 - 08h20

Otan alerta Rússia após invasão aérea na Estônia e diz estar pronta para agir com "determinação"

Secretário-geral Mark Rutte afirma que aliança não descarta derrubar aviões russos, dependendo da gravidade e da intenção das violações

INTERNACIONAL
O Ministro das Relações Exteriores da Estônia, Margus Tsahkna, faz uma declaração em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança para discutir incursões de caças russos no espaço aéreo da Estônia, membro da OTAN, na Organização das Nações Unidas. - (Foto: Spencer Platt / AFP)

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, afirmou nesta terça-feira, 23, que a aliança está pronta para agir com "determinação" diante de qualquer ameaça à segurança de seus países-membros. A declaração foi dada após a Rússia violar o espaço aéreo da Estônia, um dos integrantes da Otan, nos últimos dias.

Apesar de considerar que o episódio não configurou uma ameaça militar direta, Rutte criticou a atitude de Moscou e garantiu que o compromisso da aliança com a defesa dos aliados “é inabalável”. “A Rússia foi imprudente e irresponsável, mas fomos capazes de escoltá-los para fora e mostrar que vamos defender todo e qualquer aliado”, afirmou.

Durante a coletiva de imprensa, o secretário-geral frisou que a Otan possui “capacidades de defesa robustas” e que essas ferramentas serão utilizadas com cautela, levando em conta a gravidade de cada situação. “Se necessário, podemos derrubar aviões da Rússia, como já fizemos com drones. Contudo, isso dependerá da situação e se a invasão do espaço aéreo foi intencional ou não”, afirmou.

Rutte ainda mencionou que a aliança possui sistemas de monitoramento em tempo real, o que permite reações rápidas diante de ameaças à infraestrutura civil ou à integridade territorial de seus membros.

O caso da Estônia não é isolado. A Otan também confirmou recentes violações do espaço aéreo na Romênia e na Polônia — todos países-membros da aliança. Rutte disse que as respostas até aqui foram apropriadas e bem calibradas, com foco em evitar escaladas desnecessárias nas tensões com a Rússia.

"Continuaremos nossos exercícios de defesa para garantir que estamos prontos para qualquer desafio", declarou o secretário-geral.

Rutte pontuou que a Otan ainda investiga se as ações da Rússia foram intencionais. “Não somos ingênuos. Se não foi intencional, foi incompetência, e a Rússia tem total responsabilidade”, criticou. Ele afirmou ainda que essas violações colocaram vidas em risco e não serão ignoradas.

A aliança, segundo Rutte, continua a evoluir suas capacidades tecnológicas com base na experiência adquirida durante a guerra na Ucrânia, reforçando o compromisso com a defesa coletiva.