Naomi Matsui (Broadcast), Victor Ohana (Broadcast) e Raisa Toledo | 22 de setembro de 2025 - 22h00

Hugo Motta avalia força de Lula para 2026 e desorganização da direita

Presidente da Câmara destaca unidade da esquerda em torno de Lula e incerteza sobre candidatos do campo conservador

POLÍTICA
Hugo Motta avalia que discurso sobre soberania ajudou a popularidade de Lula. - (Foto: Marina Ramos/Agência Câmara)

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta segunda-feira (22) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega forte à disputa eleitoral de 2026, enquanto a direita ainda se mostra desorganizada. As declarações foram feitas durante a conferência Macro Day, promovida pelo banco BTG Pactual, em São Paulo.

“Analisando de forma imparcial, a esquerda está aglutinada e unida em torno da possível reeleição de Lula. O presidente conseguiu tracionar a discussão internacional, o que, na minha avaliação, fortaleceu a soberania e a comunicação do governo”, disse Motta, ressaltando que o governo reposicionou seu discurso com o slogan “Do lado do povo brasileiro”, em resposta às sanções aplicadas pelos Estados Unidos.

Motta destacou que a reação do governo federal diante da crise — incluindo tarifaço de 50% a produtos brasileiros, cassação de vistos de autoridades e aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF — contribuiu para a melhora da popularidade do presidente. Ao menos 18 pessoas foram sancionadas pelos EUA, entre ministros, juízes e familiares.

Sobre o cenário da direita, Motta apontou que o campo conservador sofre com a incerteza sobre o posicionamento de Bolsonaro e a multiplicidade de possíveis candidatos, citando governadores como Tarcísio de Freitas (SP), Ratinho Júnior (PR) e Ronaldo Caiado (GO). “A direita está um pouco desorganizada. As eleições de 2026 devem ser polarizadas como as de 2022”, avaliou.

O parlamentar acrescentou que eleitores sem identificação partidária podem ser decisivos e que terá vantagem quem conseguir “mais habilidade e capacidade de entregar resultados”. Questionado sobre sua própria candidatura, Motta disse que aguardará a posição do Republicanos, partido ao qual é filiado, e que prefere não declarar publicamente suas intenções para não prejudicar sua atuação na Câmara.