Rota Bioceânica reduz trajeto entre Brasil e Japão em até 17 dias, afirma governo de MS
Governador apresenta em São Paulo projeto logístico com potencial para ampliar competitividade brasileira no comércio com o Sudeste Asiático
CORREDOR ESTRATÉGICOEmpresários e investidores japoneses e brasileiros participaram nesta segunda-feira (22), na Japan House São Paulo, de uma apresentação sobre os potenciais logísticos e comerciais da Rota Bioceânica. O encontro foi promovido pelo Consulado-Geral do Japão em São Paulo, pelo Governo de Mato Grosso do Sul e pela própria instituição cultural japonesa.
A proposta da Rota Bioceânica é estabelecer um corredor rodoviário que conecte o Brasil ao Oceano Pacífico, por meio de estradas que passam pelo Paraguai e Argentina, até os portos chilenos de Iquique e Antofagasta. A estimativa é que a nova rota reduza em até 17 dias o tempo de transporte marítimo entre o Brasil e mercados da Ásia, como o Japão, em comparação com os embarques realizados pelos portos do Atlântico.
Durante a apresentação, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, destacou o papel estratégico da rota na diversificação dos canais logísticos de exportação, especialmente para cargas conteinerizadas. “Cada produto, cada cadeia produtiva, encontrará seu caminho ideal. Não se trata de uma rota voltada apenas a commodities, mas sim a produtos industrializados, com ganhos logísticos relevantes”, afirmou.
Segundo Riedel, o Estado se consolida como uma plataforma agroambiental, com produção robusta nas cadeias de soja, celulose e carnes, e participação anual de US$ 9,9 bilhões na balança comercial. O governador ressaltou ainda indicadores sociais do Estado, como a menor taxa de desocupação do país (5,5%) e a terceira menor taxa de extrema pobreza (2%).
A estratégia logística integra outros projetos estruturantes apresentados pelo governo sul-mato-grossense, como o Pacto Pantanal, que prevê R$ 1,4 bilhão em investimentos em infraestrutura e conservação ambiental até 2030, além do programa PSA Pantanal, voltado ao pagamento por serviços ambientais.
Riedel também apontou avanços regulatórios que favorecem o novo corredor, incluindo documento de transporte eletrônico, hubs logísticos e normas de segurança viária, além da condição sanitária de área livre de febre aftosa, o que reforça a confiança dos mercados internacionais.
A iniciativa foi recebida com interesse pelos participantes. O evento contou ainda com a presença do presidente da Japan House São Paulo, Carlos Roza; do cônsul-geral do Japão, Toru Shimizu; do chefe da Assessoria Internacional do Governo de São Paulo, Samo Tossati; e do deputado estadual Roberto Hashioka.