Agência Estado | 22 de setembro de 2025 - 19h15

ABC reintegra Jimmy Kimmel após polêmica sobre Charlie Kirk

Apresentador volta ao ar após suspensão por comentários sobre o assassinato do ativista conservador, em meio a reações de políticos, afiliadas e celebridades

INTERNACIONAL
Jimmy Kimmel chega à 74ª edição do Primetime Emmy Awards no Microsoft Theater em Los Angeles, em 12 de setembro de 2022. - (Foto: Richard Shotwell /AP)

A ABC anunciou a retomada do programa de Jimmy Kimmel nesta terça-feira (23), após suspensão por comentários sobre o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, ocorrido em 10 de setembro. “Após conversas com Jimmy, decidimos retornar o programa”, informou a emissora.

A suspensão havia sido determinada depois que Kimmel afirmou em seu monólogo que “muitos no mundo do MAGA estão tentando lucrar com o assassinato de Charlie Kirk” e que “a gangue do MAGA” tentava caracterizar o assassino de maneira favorável.

A repercussão foi imediata. Duas das maiores proprietárias de afiliadas da ABC, Nexstar e Sinclair, anunciaram que retirariam o programa de suas emissoras. Por outro lado, colegas comediantes e mais de 430 celebridades de Hollywood e Broadway, incluindo Robert De Niro, Jennifer Aniston, Tom Hanks e Meryl Streep, se manifestaram em defesa de Kimmel e da liberdade de expressão.

Andrew Kolvert, porta-voz da Turning Point USA, fundada por Kirk e agora liderada por sua viúva, criticou a decisão da ABC e da Disney de reintegrar o apresentador.

O presidente Donald Trump comemorou a suspensão anterior de Kimmel nas redes sociais e pediu a demissão de outros apresentadores noturnos. No mesmo período, republicanos no Congresso cortaram financiamento federal da NPR e da PBS, e Trump entrou com ações por difamação contra o The Wall Street Journal e o The New York Times. Brendan Carr, chefe da FCC, criticou Kimmel, mas negou ter ameaçado revogar licenças de emissoras.

A volta de Kimmel ocorre em um momento de mudanças no cenário noturno da TV americana. A CBS cancelou recentemente o programa de Stephen Colbert, e o contrato de Kimmel com a ABC expiraria em maio de 2026.

O episódio gerou forte reação pública. Mais de 430 artistas, comediantes, diretores e roteiristas assinaram carta aberta da União Americana pelas Liberdades Civis, alertando para “um momento sombrio para a liberdade de expressão nos Estados Unidos”. O programa “The View”, da ABC, também se manifestou, com Whoopi Goldberg afirmando: “Ninguém nos silencia”.