Redação E+ | 22 de setembro de 2025 - 16h45

Nova diretriz da Socesp estabelece metas mais rígidas para colesterol e risco cardiovascular

Especialistas criam categoria de risco extremo, recomendam exame de lipoproteína e terapia combinada

SAÚDE
Na aterosclerose, placas de gordura dificultam a circulação nas artérias - Foto: Hyperlipidemia or arterioscleros

A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) atualizou a diretriz de prevenção cardiovascular, incluindo metas mais rigorosas para o colesterol LDL e novas estratégias de avaliação e tratamento.

Segundo Maria Cristina Izar, presidente da Socesp, pacientes de baixo risco com LDL acima de 115 mg/dL devem adotar mudanças no estilo de vida, enquanto aqueles com LDL superior a 145 mg/dL, já seguindo essas mudanças, devem receber medicação redutora de colesterol.

A diretriz criou ainda uma nova categoria de risco extremo, além das tradicionais baixo, intermediário, alto e muito alto. Ela engloba pacientes que, mesmo com estatinas potentes, apresentam novo evento cardiovascular ou doença multivascular. Para esse grupo, a meta de LDL é até 40 mg/dL, mais rígida que os 50 mg/dL definidos para pacientes de risco muito alto.

Resumo das metas de LDL por categoria de risco:

Além do LDL, a diretriz estabelece metas para o colesterol não-HDL, fixadas 30 mg/dL acima da meta de LDL de cada paciente.

Exame de lipoproteína(a)

A Socesp recomenda que todos os adultos realizem ao menos uma vez na vida a dosagem da lipoproteína(a) – Lp(a), um colesterol altamente aterogênico. Níveis elevados estão associados a infarto, AVC, insuficiência cardíaca e estenose da válvula aórtica.

Embora ainda não existam medicamentos específicos para reduzir a Lp(a), conhecer o nível ajuda a estratificar o risco e reforçar o controle rigoroso dos fatores cardiovasculares.

Novo escore de risco cardiovascular

O cálculo de risco em 10 anos passa a utilizar o escore PREVENT, substituindo ferramentas antigas como Framingham. Ele inclui fatores tradicionais e novos indicadores, como função renal e índice de massa corporal (IMC).

Além disso, fatores agravantes como histórico familiar, doenças inflamatórias, Lp(a) elevada e aspectos da saúde da mulher podem reclassificar pacientes para risco maior, ajustando o tratamento.

Terapia combinada e prevenção desde cedo

Para pacientes de alto, muito alto e extremo risco, a diretriz recomenda iniciar terapia combinada, associando estatina potente a outro medicamento, acelerando o alcance das metas e evitando descontinuidade do tratamento.

A Socesp reforça também a importância de prevenção desde a infância, incentivando hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e atividade física regular, especialmente em períodos de maior vulnerabilidade, como adolescência, gestação e velhice.