O Brasil voltará a exportar carne de frango e de peru para a União Europeia (UE) a partir desta terça-feira (23), informou o Ministério da Agricultura. A decisão foi formalizada por meio de regulamento da Comissão Europeia publicado no último dia 15, encerrando a suspensão imposta após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial de Montenegro, no Rio Grande do Sul, em maio deste ano.

A retomada das exportações será feita de forma escalonada e leva em consideração a data de produção e a origem dos produtos. Para a maior parte do país, as exportações estão liberadas para produtos produzidos a partir de 18 de setembro. Já para o Rio Grande do Sul, as permissões variam conforme a localização:

Produtos do estado, mas fora da área afetada: liberados a partir de 2 de outubro;

Produtos produzidos dentro do raio de 10 km da granja com foco: liberados a partir de 16 de outubro.

Impacto nas exportações

A União Europeia é um dos dez principais destinos do frango brasileiro, responsável por cerca de 7% das exportações totais do setor. De janeiro a agosto de 2025, o Brasil exportou 130,9 mil toneladas de carne de frango para os 27 países do bloco, movimentando US$ 409,1 milhões, segundo o Agrostat, sistema de estatísticas do agronegócio brasileiro.

"O reconhecimento europeu reforça a posição do Brasil como maior exportador mundial de carne de frango e evidencia a credibilidade internacional do sistema de defesa agropecuária nacional", destacou o ministério em nota.

A reabertura ocorre após o Brasil recuperar o status de país livre de gripe aviária em granjas comerciais junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), o que abriu caminho para negociações diplomáticas com os parceiros comerciais.

Restrições ainda mantidas

Apesar da liberação por parte da União Europeia, outros cinco mercados continuam com as exportações brasileiras de carne de frango suspensas: China, Canadá, Malásia, Paquistão e Timor-Leste.

A China, principal destino da carne de frango brasileira, iniciou nesta segunda-feira (22) uma auditoria técnica no país. O objetivo é avaliar os protocolos de controle sanitário adotados pelo Brasil após o caso isolado da doença. A missão é considerada decisiva para a retomada dos embarques ao mercado chinês, ainda sob restrição.