José Maria Tomazela | 22 de setembro de 2025 - 13h15

Polícia Militar de São Paulo demite tenente da PM acusado de matar Leandro Lo

Ex-tenente paulista responde por homicídio triplamente qualificado; demissão foi oficializada pelo governador Tarcísio de Freitas nesta segunda-feira, 22

SÃO PAULO
Henrique Otávio Oliveira Velozo, de 30 anos, é acusado de matar o lutador Leandro Lo durante um show de pagode. - Foto: Reprodução/Redes sociais

O tenente da Polícia Militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, acusado de matar o campeão mundial de jiu-jitsu Leandro Lo, foi demitido da corporação. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (22) no Diário Oficial do Estado e oficializada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), seguindo determinação do Tribunal de Justiça Militar (TJM). A defesa de Velozo ainda não se pronunciou.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a demissão foi baseada no artigo 23 da Lei Complementar nº 893, que prevê a exclusão de militares condenados a penas superiores a dois anos, perda da função pública ou comprovada incompatibilidade para o exercício da função policial. Com a medida, o ex-policial deixa de receber o salário de R$ 12,7 mil correspondente ao posto de 1° tenente.

Velozo ainda responde por homicídio na Justiça comum. A denúncia do Ministério Público foi aceita, tornando-o réu pelo crime triplamente qualificado, com base em motivo torpe, emprego de meio cruel ou insidioso e emboscada. O júri do ex-policial havia sido adiado no mês passado devido a desentendimentos entre a defesa e o MP; o novo julgamento está marcado para 12 de novembro de 2025.

O caso
Leandro Lo, campeão mundial de jiu-jitsu, tinha 33 anos quando foi baleado na cabeça durante uma confusão em um show de pagode na zona sul de São Paulo, em agosto de 2022. Em reconstituição, testemunhas relataram que Velozo foi imobilizado pelo lutador, mas atirou assim que se soltou e fugiu.

A defesa de Velozo alega legítima defesa. À época, o advogado Claudio Dalledone afirmou que a denúncia não condiz com o inquérito policial e que as qualificadoras seriam descabidas, garantindo que a versão será comprovada durante o processo.