Viúva de Charlie Kirk perdoa suspeito de assassinato durante homenagem no Arizona
Cerimônia reuniu milhares de pessoas e teve participação de Trump, que responsabilizou a esquerda radical pela morte do ativista
ESTADOS UNIDOSDurante uma cerimônia que reuniu milhares de pessoas em um estádio no Arizona, neste domingo (21), Erika Kirk, viúva do ativista conservador Charlie Kirk, declarou publicamente que perdoa o homem acusado de matar seu marido. O fundador do grupo Turning Point foi baleado na semana passada e não resistiu.
Em discurso emocionado, Erika afirmou encontrar consolo no legado deixado por Charlie. “Meu marido queria salvar jovens, até mesmo aquele que tirou sua vida. Eu o perdoo”, disse, ao anunciar que assumirá a liderança da organização criada por ele.
O evento teve grande presença de apoiadores e nomes do alto escalão do governo dos EUA, incluindo o presidente Donald Trump e o vice-presidente JD Vance. Trump, que foi o último a falar, lamentou a perda, mas não poupou críticas à oposição.
“Charlie não odiava seus oponentes, queria o melhor para eles. É onde eu discordava dele. Eu os odeio, não quero o melhor para eles”, afirmou o presidente, dirigindo-se a Erika: “Sinto muito, Erika”.
O republicano atribuiu a morte de Kirk à "esquerda radical" e prometeu retaliar organizações e indivíduos que, segundo ele, teriam comemorado o crime. Entre os alvos estão jornalistas, professores e até o apresentador Jimmy Kimmel, que enfrentaram sanções e demissões após comentários considerados ofensivos sobre o ativista.
As reações às demissões e punições desencadearam novo debate sobre os limites da liberdade de expressão nos Estados Unidos. Enquanto alguns aliados de Kirk falaram genericamente sobre “o inimigo”, outros foram diretos nas críticas a quem se opôs ao ativista.
Stephen Miller, vice-chefe de gabinete da Casa Branca, foi um dos mais enfáticos: “Vocês não fazem ideia do dragão que despertaram. Estamos mais determinados do que nunca a salvar esta civilização, o Ocidente e esta república”.
Charlie Kirk era conhecido por sua atuação provocadora na política americana. À frente do Turning Point, organização voltada à mobilização de jovens conservadores cristãos, construiu uma operação de grande alcance e com forte presença digital.
Apesar da influência crescente, seu discurso também foi alvo de críticas. Algumas de suas falas foram classificadas como racistas, misóginas, transfóbicas e anti-imigrantes, o que gerou controvérsias até dentro do campo conservador.
O acusado pelo assassinato é Tyler Robinson, de 22 anos, natural de Utah. Segundo a Promotoria, ele enviou uma mensagem à parceira após o crime dizendo estar “farto do ódio” de Kirk. A motivação exata ainda não foi esclarecida, mas ele pode enfrentar pena de morte se condenado.
O processo segue em andamento, e novas informações devem ser reveladas nos próximos dias.