Boulos e parlamentares de esquerda protestam contra "anistia light" e PEC da Blindagem
Manifestação na Avenida Paulista reúne 42 mil pessoas em defesa da punição aos condenados pelo 8 de Janeiro e contra propostas que dificultam processos contra parlamentares
POLÍTICAO deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) afirmou neste domingo (21), durante manifestação na Avenida Paulista, que o Congresso precisa derrotar a chamada “anistia light” aos condenados pelos ataques de 8 de Janeiro. “Não tem meio termo”, declarou.
Os atos, convocados por centrais sindicais, partidos de esquerda e artistas, ocorreram em pelo menos 25 capitais e 30 cidades do país, reunindo cerca de 42,4 mil pessoas em São Paulo. Uma grande bandeira do Brasil foi estendida perto do Masp, em contraponto à bandeira dos Estados Unidos exibida por bolsonaristas na manifestação pró-anistia em 7 de Setembro.
O protesto critica o PL da Dosimetria, projeto que busca reduzir as penas de condenados por atos golpistas, e a PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara para dificultar processos criminais contra parlamentares. Segundo os organizadores, o objetivo é reforçar a punição aos responsáveis pelo ataque ao Congresso.
Boulos ressaltou que “não tem meio termo, não tem ‘anistia light’. Vamos sepultar a anistia. De um lado estão os que defendem golpistas e a PEC da Blindagem; do outro, os que defendem a democracia”. Durante o ato, manifestantes vaiaram o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvos das críticas dos políticos presentes.
A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) também criticou os projetos em tramitação, defendendo que o Congresso volte a representar os interesses da população e não alivie penas de golpistas. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) chamou a PEC de “PEC da Bandidagem” e classificou a medida como articulação entre o Centrão e o bolsonarismo, afirmando que criminosos devem cumprir a lei.
O ato teve participação além de centrais sindicais e movimentos sociais, com mensagens em defesa da soberania nacional e menções à eleição presidencial de 2026, incluindo gritos de “Lula presidente”. Apesar das críticas à PEC, o PT esteve presente apenas com líderes isolados, como Edinho Silva e Rui Falcão, refletindo mal-estar provocado pela votação na Câmara, em que 12 deputados do partido apoiaram a blindagem.