Lula discursa na ONU e pode ter encontro nos bastidores com Donald Trump
Presidente brasileiro viaja a Nova York para defender soberania, democracia e paz em meio a tensões com os EUA
POLÍTICA EXTERNAO presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou neste domingo (21) para Nova York, onde participará da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). A principal atividade acontece na próxima terça-feira (23), quando o chefe do Executivo brasileiro abre oficialmente os discursos do evento. Além do tradicional pronunciamento, Lula deve se reunir com líderes globais e participar de encontros temáticos sobre meio ambiente, Palestina, democracia e segurança internacional.
A expectativa é que, pela primeira vez desde o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, Lula e o republicano estejam no mesmo ambiente. O ex-presidente brasileiro será o primeiro a falar na tribuna da ONU e, na sequência, será a vez de Trump. A possibilidade de um encontro informal entre os dois nos bastidores não está descartada.
Tensões comerciais e posicionamento político
O clima entre Brasil e Estados Unidos é de tensão diplomática desde que Trump impôs tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA. Além disso, o republicano já sinalizou a possibilidade de impor novas sanções após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.
Apesar da crise, a orientação do governo brasileiro é para que Lula mantenha um tom mais diplomático e moderado em seu discurso, sem ataques diretos ao presidente norte-americano. A estratégia é usar o púlpito da ONU para reforçar a defesa da soberania nacional, da democracia e do multilateralismo.
Palestina e Ucrânia seguem na pauta
Lula também deve usar seu tempo na Assembleia Geral para defender o reconhecimento do Estado da Palestina, tema que tem marcado sua atuação internacional desde o início do conflito na Faixa de Gaza. Outro ponto que será reiterado é a necessidade de uma solução pacífica para a guerra entre Rússia e Ucrânia, conflito em que o Brasil tem adotado uma postura de equilíbrio e diálogo.
Possível encontro com Zelensky
O governo brasileiro confirmou interesse em realizar uma reunião bilateral entre Lula e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ainda nesta semana em Nova York. Segundo apuração do Broadcast Político, o pedido partiu da Ucrânia, e há disposição do Brasil para atender.
No entanto, ainda não há confirmação oficial, principalmente por questões de segurança. Zelensky costuma manter sua agenda sob sigilo, o que dificulta a organização do encontro. Além disso, Lula recebeu cerca de 30 pedidos de reuniões bilaterais durante o evento, e sua equipe diplomática está avaliando os compromissos com cautela, com possíveis definições apenas entre o final de domingo (21) e segunda-feira (22).