Caminhada em Campo Grande reforça importância da doação de órgãos no Setembro Verde
Evento reuniu pacientes, familiares e autoridades; relatos emocionaram sobre a chance de viver após transplante
SAÚDEO relato de Sebastião da Conceição emocionou os participantes da 2ª Caminhada Passos pela Vida – Juntos pela Doação de Órgãos e Tecidos, realizada neste domingo (21), no Parque dos Poderes, em Campo Grande. Diagnosticado em 2023 com uma grave doença no fígado, ele passou um ano e meio na fila do transplante até receber o órgão em maio de 2025.
“Chegando no hospital tive um mal súbito e fiquei uma semana desacordado. Quando voltei, não lembrava de nada. A expectativa era de no máximo dois anos de vida sem o transplante. Hoje estou aqui pela solidariedade de uma família que, mesmo na dor, salvou minha vida e a de outros”, contou.
Conscientização e solidariedade
O evento integra a programação do Setembro Verde, instituído pela Lei Estadual 5.410/2019, que marca a Semana Estadual de Doação de Órgãos e Tecidos (21 a 27 de setembro). A ação é organizada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) em parceria com o Governo do Estado e diversas instituições.
Em discurso na abertura, o deputado Renato Câmara (MDB) reforçou a importância de conversar sobre o tema em família:
“O limitador não é a estrutura ou a equipe médica, mas sim a autorização das famílias. Converse com sua esposa, seus filhos, diga que quer ser doador. Esse gesto salva vidas”, afirmou.
Brasil é referência em transplantes
O Brasil possui o maior sistema público de transplantes do mundo, via SUS, que garante exames, cirurgias, acompanhamento e medicamentos gratuitos. O país ocupa a 2ª posição em números absolutos de transplantes, atrás apenas dos Estados Unidos, e conta com o 3º maior registro de doadores de medula óssea no planeta, com mais de 5,9 milhões de voluntários cadastrados no Redome.
Destaque para Mato Grosso do Sul
A coordenadora da Central Estadual de Transplantes (CET-MS), Claire Carmen Miozzo, destacou que o Estado ocupa o 4º lugar no Brasil em transplantes de fígado proporcionalmente à população.
“O brasileiro é solidário. Queremos apenas reforçar que só a família pode autorizar a doação. Então, conversem com seus parentes e deixem claro esse desejo”, disse.
Caminhada pela vida e pela saúde
Além da conscientização, o evento incentivou a prática de atividade física como pilar para qualidade de vida. Representando a Fundersporte, Edmeia Pacheco destacou:
“Queremos lembrar que cuidar da saúde em vida também faz parte desse movimento. Muitos órgãos se perdem. Quem está nesse parque, toque o coração de suas famílias e avise que quer doar. Esse gesto transforma a dor em vida”, ressaltou.