Agência Brasil | 20 de setembro de 2025 - 14h10

Nova diretriz brasileira recomenda avaliação cardiovascular para adultos com sobrepeso e obesidade

Documento de 2025 orienta categorização do risco cardiovascular e destaca uso de medicamentos para perda de peso em pacientes de risco

SAÚDE
Documento foi elaborado por associações brasileiras de saúde. - (Foto: Agência Brasil)

Uma atualização das diretrizes brasileiras estabelece que todos os adultos com sobrepeso ou obesidade devem ter sua saúde cardiovascular avaliada e classificada. O documento, publicado em 2025, foi elaborado por sociedades médicas como a Abeso, SBC, SBD, SBEM e ABS, e apresenta recomendações para prevenção e manejo de doenças cardiovasculares associadas à obesidade.

A diretriz recomenda que pacientes entre 30 e 79 anos, sem histórico de doenças cardíacas, utilizem o escore Prevent, ferramenta que calcula a probabilidade de infarto, AVC ou insuficiência cardíaca nos próximos dez anos. Com base nesse cálculo e em fatores clínicos, os profissionais de saúde devem classificar o risco cardiovascular em três categorias:

Há ainda uma categoria específica de risco alto para insuficiência cardíaca, que inclui pessoas com IMC ≥ 40, apneia do sono grave, fibrilação atrial, hipertensão associada à obesidade e diabetes, doença renal crônica grau 3b ou sintomas sugestivos de insuficiência cardíaca.

Uso de medicamentos para perda de peso

A diretriz destaca o papel de medicamentos agonistas GLP-1, como liraglutida e semaglutida, conhecidos como “canetas emagrecedoras”. A liraglutida é indicada para adultos com sobrepeso ou obesidade e risco cardiovascular moderado ou alto, visando perda de peso e redução do risco cardíaco.

Já a semaglutida é recomendada para pacientes com IMC ≥ 27, sem diabetes, mas com doença cardiovascular estabelecida, para prevenção secundária de eventos como infarto, AVC e mortes relacionadas a doenças cardíacas.

Além disso, o documento reforça a importância da perda de peso em casos de apneia obstrutiva do sono moderada a grave e em pacientes com insuficiência cardíaca, com objetivo de melhorar a qualidade de vida, função cardíaca e capacidade física.