20 de setembro de 2025 - 11h30

Planos de saúde passam a cobrir dois medicamentos contra lúpus a partir de novembro

ANS inclui anifrolumabe e belimumabe no rol de procedimentos obrigatórios; medida deve beneficiar cerca de 2 mil pacientes

SAÚDE
ANS inclui tratamentos para lúpus no rol de coberturas obrigatórias pela primeira vez - (Foto: Adobe Stock)

A diretoria colegiada da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou nesta semana a inclusão dos medicamentos anifrolumabe e belimumabe no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, tornando obrigatória a cobertura pelos planos de saúde para pacientes adultos com lúpus eritematoso sistêmico (LES) que apresentam episódios frequentes da doença.

A medida entra em vigor no dia 3 de novembro e deve beneficiar cerca de 2 mil pessoas no Brasil.

É a primeira vez que medicamentos de uso exclusivo para lúpus entram no rol obrigatório da ANS. Em 2024, o belimumabe já havia sido incorporado, mas apenas para casos de nefrite lúpica, complicação renal causada pela doença.

“Essas inclusões são muito significativas, pois o lúpus é uma doença complexa, que não tem cura. Se temos no país opções de medicamentos que possibilitam o controle da doença e que garantem uma boa qualidade de vida para o paciente, isso precisa estar disponível para o consumidor”, afirmou em nota o diretor-presidente da ANS, Wadih Damous.

A decisão foi celebrada pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), que participou das consultas públicas.
O reumatologista Odirlei Andre Monticielo, da UFRGS e coordenador da comissão científica de LES da SBR, destacou os benefícios:

“São medicações com indicação de bula e evidências científicas que permitem controlar a atividade da doença e reduzir o uso de glicocorticoides, trazendo inúmeros benefícios aos pacientes”, explicou.

A SBR já articula para que esses medicamentos também sejam incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS), evitando desigualdade no acesso.

O lúpus

A SBR estima que entre 150 mil e 300 mil brasileiros tenham lúpus eritematoso sistêmico.

A artesã Regiane Araújo Pacheco, 40 anos, de Salvador, convive com a doença desde a adolescência e relatou a importância do belimumabe: “Foi um divisor de águas para a minha qualidade de vida. Antes, eu vivia com dores insuportáveis, sem conseguir estudar ou trabalhar. O tratamento me devolveu bem-estar”, contou.