Desde a sexta-feira, o cheiro de carne assando no fogo de chão já tomou conta do Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande. O Festival Internacional da Carne começou e segue até domingo, reunindo um público que busca mais do que um churrasco: gente atrás de sabor, cultura e uma boa experiência para a família.

"Minha missão sempre foi valorizar a gastronomia do nosso estado. E é isso que esse festival faz, com alegria, comida boa e para todo mundo", conta Márcia Marinho, a organizadora do evento. Ela fala com orgulho ao lembrar do caminho até aqui. "Comecei em 2017 com o perfil Comer ou Beber MS, porque quase ninguém falava de gastronomia sul-mato-grossense. Hoje, a gente enche o parque com cheiro de carne e música para todo lado."

Carnes exóticas como jacaré e avestruz dividem espaço com cortes tradicionais nas estações comandadas por churrasqueiros. (Foto: A Crítica) 

A terceira edição do festival não só cresceu, como dobrou em muitos sentidos. "Nos primeiros anos, eu mal conseguia 10 assadores para liderar uma estação. Agora são 30 capitães com suas equipes. Isso mostra o quanto o setor se fortaleceu", explica Márcia, enquanto caminha entre as barracas. "Cada estação tem um corte diferente. Ninguém repete prato. E neste ano apostamos forte nas carnes exóticas: tem jacaré, avestruz... Tudo nosso."

Neste sábado, o ponto alto do festival é a terceira etapa do Circuito Brasileiro de Churrasco, que começa às 10h. As melhores equipes do Mato Grosso do Sul disputam uma vaga para representar o Brasil no Campeonato Mundial de Assadores Ancestrais, no México, em 2026. A avaliação é feita por um grupo de jurados especializados, às cegas, e os prêmios incluem medalhas, troféus e até dinheiro. Tudo para valorizar quem sabe dominar o fogo por horas.

"Essas equipes vêm muito preparadas. A expectativa é alta. A gente quer uma competição bonita e com bom nível técnico", disse José Rodrigues de Oliveira Neto, da Confederação Internacional de Assadores. (Foto: A Crítica) 

Mas não é só de churrasco que vive o festival. Além das estações de carne, há um espaço mais reservado, o Chalé Grill, com atendimento de garçom para quem prefere um ambiente mais tranquilo. Do outro lado, a praça de alimentação recebe quem gosta de circular, comer em pé, provar de tudo um pouco. E para os pequenos, tem Fazendinha, Área Kids e até After com o grupo Tendel animando o fim de noite.

Márcia pensou em tudo, até nos detalhes. "Temos um palco menor só para atrações locais. Bandas de rock, folk, sertanejo. Tudo daqui. É uma festa democrática", garante. E o espaço para a economia criativa também cresceu. "No primeiro festival, tínhamos 30 expositores. Agora são mais de 60. E faço questão de que ninguém pague para estar aqui. É uma forma de apoiar quem está começando."

Na última edição, cerca de 20 mil pessoas passaram pelo evento. Este ano, a expectativa é de voltar ao patamar da primeira, com até 30 mil visitantes. "É uma festa que toca na memória afetiva. Quem vem ao parque lembra das antigas Expo Grandes, dos tempos de criança. Isso cria um vínculo", diz a organizadora.

Evento gratuito oferece experiências para todos os gostos, de shows regionais a espaço kids e gastronomia diversa. (Foto: A Crítica) 

A entrada é gratuita e a programação segue até domingo, das 11h às 19h. Shows, gastronomia, cultura e o orgulho da carne sul-mato-grossense se encontram em um só lugar. Como define Márcia, "é um evento para todos — de quem quer comer bem até quem quer apenas passar um bom tempo com a família."

 

 

 

 

 

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