Trump lança "Gold Card" de US$ 1 milhão e aumenta custos para vistos de trabalho nos EUA
Nova medida busca restringir imigração qualificada e aumentar arrecadação; setor de tecnologia prevê forte impacto
INTERNACIONALO presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta sexta-feira (19) um decreto que cria o programa de residência permanente chamado “Gold Card”, destinado a estrangeiros que desejem morar no país. O documento terá custo de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,3 milhões) para indivíduos ou US$ 2 milhões (cerca de R$ 10,6 milhões) quando patrocinado por uma empresa.
Além disso, Trump anunciou um aumento expressivo no valor exigido das companhias que desejam contratar trabalhadores estrangeiros com o visto H-1B — utilizado principalmente por profissionais de alta tecnologia. O custo anual passará de US$ 1 mil (R$ 5,3 mil) para US$ 100 mil (R$ 532 mil) por funcionário.
“Acredito que vai ser tremendamente bem-sucedido”, declarou Trump, ao lado de um cartaz dourado em formato de cartão de crédito gigante, estampado com sua foto no centro.
O que muda com o “Gold Card”
- Residência permanente imediata para quem pagar o valor estabelecido.
- Pode ser adquirido individualmente ou por meio de empresas patrocinadoras.
- O custo coloca o programa entre os mais caros do mundo, superando iniciativas semelhantes em países europeus.
O H-1B é um dos principais vistos de trabalho para estrangeiros altamente qualificados.
- Duração: três anos, prorrogáveis por até seis.
- Aprovação: cerca de 400 mil vistos em 2024, dos quais dois terços foram renovações.
- Perfil dos beneficiários: a Índia responde por três quartos dos trabalhadores aprovados.
As grandes empresas de tecnologia do Vale do Silício dependem fortemente de engenheiros e programadores indianos. O aumento do custo anual para US$ 100 mil por funcionário deve provocar forte reação do setor.
- Pico de rejeição de vistos H-1B ocorreu em 2018, no primeiro mandato de Trump.
- Maior aprovação foi registrada em 2022, sob o governo do democrata Joe Biden.
Desde 2017, Trump defende a política de “America First”, priorizando trabalhadores americanos em detrimento da mão de obra estrangeira.