Circe Bonatelli | 20 de setembro de 2025 - 08h20

Eduardo Bolsonaro rejeita proposta de redução de penas e volta a cobrar anistia ampla

Deputado do PL critica relator Paulinho da Força e ameaça sanções internacionais contra quem apoiar projeto

ANISTIA
Eduardo Bolsonaro defende anistia geral, ampla e irrestrita  - (Foto: Jason Gilmore/JKP//)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se posicionou nesta sexta-feira, 19, contra a proposta em discussão na Câmara dos Deputados que prevê a redução de penas dos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. O projeto será relatado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP).

Segundo Eduardo, a iniciativa representa uma "traição" ao que chama de luta por justiça.

"A anistia ampla, geral e irrestrita não está sob negociação. Não há qualquer possibilidade de aceitarmos a mera dosimetria das penas em processos completamente nulos e ilegais", escreveu em sua conta no X.

Na mesma publicação, Eduardo atacou o relator da proposta, sugerindo até mesmo que ele poderia se tornar alvo de sanções do governo dos Estados Unidos:

"Muito cuidado para você não acabar sendo visto como um colaborador do regime de exceção."

O parlamentar também criticou o ex-presidente Michel Temer (MDB), que tem articulado o projeto de redução de penas ao lado de Paulinho e Aécio Neves (PSDB-MG).

"Você, Michel Temer, e o resto da turma não irão impor na marra o que chamam cinicamente de pacificação", afirmou.

Eduardo Bolsonaro segue nos Estados Unidos, onde tenta obter apoio de membros do governo de Donald Trump para pressionar por sanções ao Brasil. O objetivo seria abrir caminho para uma anistia que beneficie o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

Paulinho da Força já afirmou que a anistia ampla é "um sonho dos bolsonaristas", mas que não há condições jurídicas para avançar. "Ela foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, e eu não vou fazer nenhum projeto que confronte a Câmara com o Supremo. Nós estamos tratando de dose", disse o relator.

O encontro mais recente sobre o tema ocorreu na quinta-feira, 18, com a participação de Michel Temer, Aécio Neves e, de forma virtual, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Temer classificou o projeto como um "pacto republicano".