O brasiliense Caio Bonfim, de 34 anos, escreveu nesta sexta-feira (19) mais um capítulo histórico para o atletismo brasileiro. Ele conquistou o ouro na marcha atlética de 20 km no Campeonato Mundial de Tóquio, no Japão, com o tempo de 1h18min35, e se tornou o atleta do Brasil com mais medalhas em Mundiais.

Até então, Caio dividia o posto com o velocista Claudinei Quirino, dono de três pódios. Agora, soma quatro: bronze em 2017 e 2023, prata nos 35 km na semana passada e, desta vez, o tão sonhado ouro. O marchador se junta a Fabiana Murer (salto com vara, 2011) e Alisson dos Santos (400m com barreiras, 2022) como campeões mundiais.

Caio começou em posição discreta, passando em 27º lugar no quinto quilômetro. A partir do oitavo km, acelerou e entrou no pelotão da frente. No 13º km, chegou a assumir a liderança, mas perdeu posições temporariamente, caindo para oitavo no km 15.

Sem cometer irregularidades, o brasileiro manteve o foco enquanto o japonês Toshikazu Yamanishi, favorito e líder da prova, foi punido com dois minutos no box por três infrações de “flutuação”. A partir do km 18, Caio retomou a ponta e disparou no último trecho, cruzando a linha de chegada com oito segundos de vantagem sobre o chinês Wang Zhaozhao, segundo colocado. O espanhol Paul McGrath completou o pódio.

Após a vitória, Caio se emocionou e quebrou o protocolo ao correr para abraçar a mãe e técnica, Gianetti Sena. Foi erguido no colo pelo compatriota Matheus Corrêa, que terminou em 17º. Outro brasileiro na disputa, Max Gonçalves dos Santos, ficou em 42º lugar.

“Eu sei o que estou fazendo”, disse Caio durante a prova à mãe, demonstrando confiança mesmo nos momentos em que esteve fora do pelotão principal.

Com a conquista, Caio Bonfim consolida-se como referência do atletismo nacional e escreve seu nome entre os maiores da história do esporte brasileiro.