Lula critica perfil do Congresso e diz que 'ricos querem o dinheiro das políticas sociais'
Presidente defende investimentos em inclusão e afirma que maioria do Congresso não representa trabalhadores
POLÍTICAEm entrevista ao podcast cristão Papo de Crente, divulgada nesta sexta-feira (19), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas ao perfil atual do Congresso Nacional e reforçou a importância de políticas públicas voltadas à população mais pobre. Segundo Lula, “a maioria dos deputados não é de trabalhadores” e “pouco está ligando pro povo”.
“O povo desse país tem de entender que a maioria é pobre. E o povo pobre tem que saber que a maioria do País é pobre, e não é possível imaginar que um rico vai fazer por eles o que é preciso fazer”, afirmou o presidente.
'Olhar carinhoso para os mais pobres'
Durante a entrevista, Lula destacou que, sem esse “olhar carinhoso” para os mais vulneráveis, os mais ricos continuarão concentrando os recursos públicos. “Se o presidente não tiver esse olhar, os ricos ficarão com grande parte do Orçamento”, afirmou.
O presidente citou como exemplo os R$ 400 bilhões investidos em políticas de inclusão social. “Por que tem muita gente da classe rica que não gosta do governo? Porque investimos R$ 400 bilhões em políticas de inclusão social. E essa gente gostaria que esse dinheiro fosse para eles”, criticou.
Janja também participou da entrevista
A entrevista foi concedida a um canal cristão e também contou com a presença da primeira-dama Janja da Silva. O presidente reafirmou seu compromisso com o povo mais pobre, dizendo que voltou à Presidência por acreditar ser necessário ajudar quem mais precisa do Estado.
“Não é possível que a gente viva num país em que as pessoas achem normal o povo viver na miséria. Eu voltei porque tenho compromisso de fé de ajudar o povo pobre”, reforçou Lula.
As declarações ocorrem em meio ao debate sobre cortes no Orçamento de 2025 e à disputa de narrativas com setores do Congresso, principalmente os ligados ao Centrão e à oposição, que cobram mais austeridade fiscal do governo federal.