O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não participou da votação que acelerou a tramitação do projeto de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro, proposta que pode beneficiar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Mesmo podendo votar de forma remota, o parlamentar alegou problemas técnicos na plataforma da Câmara para justificar a ausência.

Nas redes sociais, Eduardo afirmou que registrará formalmente sua posição a favor da urgência do projeto e comunicará o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Desde o fim da licença médica de 120 dias, ele já acumula 23 faltas em sessões neste ano. Pela Constituição, deputados que ultrapassam um terço de ausências sem justificativa podem perder o mandato.

A pressão pelo avanço da anistia cresceu após a condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Nomeação para liderança

Na terça-feira (16), o PL anunciou Eduardo Bolsonaro como novo líder da minoria na Câmara, em substituição à deputada Caroline de Toni (PL-SC), que renunciou ao cargo. Nos bastidores, a escolha é interpretada como uma forma de dar maior proteção política ao deputado diante do risco de processo por quebra de decoro em razão das ausências.

Ao assumir a liderança, Eduardo ganha mais espaço institucional para justificar sua atuação parlamentar, mesmo estando fora do Brasil desde fevereiro.