Dow Jones Newswires* | 17 de setembro de 2025 - 16h25

Exportações do Japão caem pelo quarto mês seguido em meio a tarifas dos EUA

Queda de 0,1% em agosto é puxada por retração nos embarques para os Estados Unidos; setor automotivo e de chips lideram perdas

ECONOMIA GLOBAL
Exportações do Japão sofrem impacto contínuo das tarifas dos EUA, com destaque para queda nas vendas de carros e máquinas para chips - (Foto: Estadão)

As exportações do Japão caíram pelo quarto mês consecutivo em agosto, refletindo o impacto contínuo de tarifas mais altas impostas pelos Estados Unidos e a desaceleração da demanda global. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (17) pelo Ministério das Finanças japonês, as exportações recuaram 0,10% em relação ao mesmo mês de 2024, após queda de 2,6% em julho.

O resultado ficou melhor que o esperado por analistas, que previam retração de 1,9% segundo levantamento da LSEG, mas ainda assim reflete a fragilidade do comércio exterior japonês, mesmo com um acordo comercial em vigor com os EUA.

EUA puxam queda: -13,8% nos embarques

A principal contribuição para a contração veio dos embarques para os Estados Unidos, que recuaram 13,8% no mês, frente à queda de 10,1% em julho. As vendas de automóveis e máquinas para fabricação de chips foram os principais produtos afetados.

Esse é o quinto mês consecutivo de retração nas exportações para o mercado norte-americano, indicando que as tarifas mais elevadas ainda exercem forte pressão sobre a indústria japonesa, mesmo após o fim da administração Trump.

Perspectiva cautelosa

Economistas acreditam que as exportações do Japão devem continuar pressionadas nos próximos meses. Embora o acordo comercial com os EUA tenha trazido alguma previsibilidade, as taxas ainda permanecem acima do patamar pré-2017, o que mina a competitividade das empresas japonesas.

As autoridades japonesas, incluindo o Banco do Japão (BoJ), acompanham atentamente os efeitos dessas barreiras. O desempenho fraco nas exportações pode pesar nas decisões de política monetária, cuja próxima reunião ocorre na sexta-feira (19). A expectativa é de manutenção da taxa de juros em 0,50%.