Centrão tenta retomar votação sobre voto secreto em PEC da Blindagem
Texto que previa anonimidade em processos contra parlamentares foi rejeitado por 12 votos; relator articula nova tentativa
PEC DA BLINDAGEMDepois de uma derrota apertada na madrugada desta terça-feira (16), o Centrão articula uma nova votação para reinserir o trecho da PEC da Blindagem que prevê voto secreto na autorização de processos criminais contra parlamentares. A proposta também se estenderia a casos de prisão de deputados e senadores.
O texto foi rejeitado após o partido Novo pedir votação em separado, conquistando maioria suficiente para retirar o dispositivo. Na ocasião, a emenda recebeu 296 votos favoráveis, mas eram necessários 308 para aprovação.
Cláudio Cajado (PP-BA), relator da proposta, afirmou nesta quarta-feira (17) que o resultado não refletiu a "vontade real" do plenário, alegando que parte dos deputados já havia deixado a sessão devido ao horário avançado.
"O voto secreto não foi rejeitado pelo plenário, foi rejeitado pela ausência de quórum. Vamos retomar esse ponto", disse Cajado. Logo cedo, ele se reuniu com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para definir estratégias de votação.
A tentativa de reabrir a discussão sobre o voto secreto alterou a programação da Câmara nesta quarta-feira. A sessão, que inicialmente começaria à tarde, foi antecipada para a manhã.
Além da PEC, a Casa precisa analisar com urgência a Medida Provisória (MP) do setor elétrico, que promete reduzir as tarifas de energia. A MP vence nesta quinta-feira (18), no limite dos 120 dias de vigência, e precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado para não perder validade.
Com as mudanças na pauta, a reunião de líderes que trataria da anistia a envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro foi adiada para a tarde. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esperavam que o pedido de urgência da proposta fosse votado nesta quarta-feira, mas até o momento o tema não entrou na pauta oficial da Câmara.