Bolsonaro apresenta anemia e alteração renal após internação em Brasília
Ex-presidente teve quadro de tontura, vômitos e falta de ar; exames mostram piora na creatinina e persistência da anemia
POLÍTICAInternado desde a tarde de terça-feira (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresenta quadro de anemia persistente e alteração da função renal, segundo boletim médico divulgado nesta quarta-feira (17) pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), seu filho.
O laudo aponta elevação da creatinina, indicador que sugere comprometimento renal. Apesar disso, houve melhora parcial do estado clínico após hidratação e uso de medicamentos. A equipe médica irá reavaliar o quadro ao longo do dia para decidir sobre a necessidade de continuidade da internação.
“Os exames evidenciaram persistência da anemia e alteração da função renal, com elevação da creatinina. Realizou ressonância magnética do crânio para elucidação de quadro de tontura recorrente, que não mostrou alterações agudas”, diz o boletim.
Bolsonaro deu entrada no hospital DF Star, em Brasília, por volta das 16h de terça, após apresentar episódios de vômito, tontura e falta de ar. Ele chegou à unidade acompanhado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e permanece sob observação.
Ainda no primeiro dia de internação, o ex-presidente foi submetido a uma bateria de exames e foi orientado a suspender temporariamente a ingestão de alimentos sólidos.
O médico Cláudio Birolini, cirurgião do Hospital das Clínicas da USP e médico pessoal de Bolsonaro, viajou de São Paulo até Brasília para acompanhar de perto o quadro clínico.
Flávio Bolsonaro atribui crise a decisão do STF
Ao visitar o pai no hospital, o senador Flávio Bolsonaro atribuiu o mal-estar à condenação imposta pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que nesta semana determinou a pena de 27 anos de prisão ao ex-presidente, no julgamento sobre suposta tentativa de golpe de Estado.
Em pronunciamento nas redes sociais, Flávio chegou a pedir “trégua” ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, a quem se referiu como “terrorista”.
Apesar da melhora parcial com o tratamento inicial, o boletim aponta que a situação ainda exige atenção, principalmente por causa da função renal alterada e do histórico clínico de Bolsonaro, que já foi submetido a várias cirurgias desde a facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018.
Não há, por enquanto, previsão de alta.