Primavera 2025 em MS terá calor histórico, chuvas intensas e risco de ventanias
Prognóstico indica extremos de temperatura e episódios de granizo e enchentes em várias regiões do estado
CLIMA EM ALERTAA primavera de 2025, que começa em 22 de setembro, será marcada por extremos climáticos em Mato Grosso do Sul. Segundo o meteorologista Natalio Abrahão, o período deverá registrar temperaturas acima da média, chuvas irregulares com potencial para enchentes e aumento nos riscos de queimadas e problemas de saúde devido à baixa umidade e à radiação ultravioleta intensa.
O cenário é agravado por uma possível transição do fenômeno climático El Niño para La Niña entre novembro e dezembro, o que pode reduzir significativamente o volume de chuvas no estado durante o início de 2026.
Um dos destaques do prognóstico é o calor extremo previsto principalmente para outubro e novembro. As máximas devem superar os 44°C na região leste, especialmente em cidades como Três Lagoas, Água Clara, Ribas do Rio Pardo e Bataguassu. Na região norte, como em Coxim e Pedro Gomes, os termômetros podem atingir 42°C.
Campo Grande, Corumbá e Sonora também devem enfrentar ondas de calor, com temperaturas entre 38°C e 43°C. O mês de outubro deve registrar temperaturas até 7 graus acima da média histórica em grande parte do estado.
Embora a primavera marque o início do período chuvoso, a distribuição das chuvas será desigual. Em outubro, o centro-sul do estado pode enfrentar pancadas de chuva acompanhadas de ventos acima de 70 km/h, trovoadas e granizo, com potencial para enchentes em cidades como Campo Grande, Dourados, Sidrolândia e Bonito.
Já nas regiões norte e nordeste, as chuvas tendem a aumentar apenas no fim de outubro. Em novembro e dezembro, a expectativa é de precipitações dentro ou até acima da média, especialmente no sul e sudoeste, com possibilidade de inundações localizadas.
A umidade relativa do ar deve ficar abaixo de 20% em diversas regiões do estado durante outubro e novembro, sobretudo no centro, oeste, norte e nordeste. Essa condição, aliada às altas temperaturas, favorece a propagação de incêndios florestais e aumenta o risco de problemas respiratórios.
As regiões de Chapadão do Sul, Cassilândia, Paranaíba e Três Lagoas são apontadas como áreas com maior tendência à formação de bolhas de ar seco e bloqueio de frentes frias.
O prognóstico também alerta para ventos intensos entre outubro e novembro, principalmente no sul, sudoeste e centro do estado. Há probabilidade de até 90% de ocorrência de rajadas acima de 60 km/h nessas áreas, com potencial para causar danos em áreas urbanas e rurais.
As frentes frias associadas a esses ventos devem trazer trovoadas e pancadas de chuva com granizo, especialmente nas tardes e noites.
Outro fator de atenção é a radiação ultravioleta, que deve alcançar níveis máximos na primavera, especialmente entre os dias 20 de outubro e 9 de novembro. Mesmo em dias nublados, a exposição prolongada ao sol poderá causar danos graves à saúde. A recomendação é uso constante de protetor solar, roupas leves, chapéus e hidratação adequada.
Tendência para La Niña preocupa
Apesar do atual cenário de neutralidade climática no Oceano Pacífico, há sinais de que o fenômeno La Niña possa se estabelecer até o verão. Caso isso ocorra, o estado poderá enfrentar uma forte deficiência de chuvas no primeiro semestre de 2026, impactando diretamente a agricultura e o abastecimento hídrico.
O meteorologista alerta: “Se a La Niña se confirmar, as chances de chuvas regulares no início do ano que vem serão mínimas, o que exige planejamento antecipado para enfrentar possíveis secas prolongadas”.