O avião que sumiu no Pantanal
A aeronave de Ramiro de Matos foi vista pela última vez sobre a Fazenda Paraíso, na fronteira de MS e MT
DESAPARECIMENTO NO PANTANALNa manhã desta terça-feira (16), o ortopedista Ramiro Pereira de Matos decolou de Araçatuba rumo à fazenda da família. Duas horas depois o radar apagou e o avião desapareceu.
Ramiro Pereira de Matos, ortopedista e produtor rural de 67 anos, era um piloto experiente. Hoje ele seguiu um roteiro que fazia com frequência: decolou de Araçatuba (SP) às 7h30 da manhã, no seu monomotor turbo-hélice Cessna 210 Silver Eagle, prefixo PS-FDW, com destino à fazenda da família em Figueirópolis do Oeste (MT). Tudo parecia normal.
No meio do caminho, sobre o Pantanal, ele falou com outro piloto. Disse que o tempo estava ruim, turbulento. O último sinal eletrônico da aeronave foi registrado sobre a Fazenda Paraíso, entre Itiquira (MT) e Sonora (MS). Pouco depois, o radar apagou.
Dois dias antes de completar 68 anos, Ramiro entrou para aquelas histórias que parecem saídas de um filme: avião que some no céu, rastro perdido na planície, família em desespero.
A ACC Amazônia, responsável pelo controle aéreo, confirmou o sumiço e acionou a Base Aérea de Campo Grande para iniciar as buscas. Segundo a Anac, o avião, fabricado em 1980, estava em situação normal de aeronavegabilidade.
Enquanto helicópteros da Força Aérea e equipes especializadas varrem o céu e a mata, a família busca ajudar de outro jeito: acionou vizinhos e moradores que têm avião para sobrevoar a região, tentando multiplicar os olhos diante da imensidão do Pantanal.
O filho, Waldyr, contou ao jornal local: “Ele disse que meu pai estava com voz trêmula. Tudo leva a crer que enfrentava uma situação delicada e o tempo estava ruim.”
Por enquanto, a investigação trata o caso como desaparecimento de aeronave. A Força Aérea Brasileira ainda não divulgou novidades.