Lewandowski oferece apoio federal na investigação do assassinato de Ruy Ferraz Fontes
Ministro da Justiça falou em 'crime brutal' e destacou proliferação de armas como fator que agrava violência
SEGURANÇA PÚBLICAO ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira (16) que o governo federal está à disposição das autoridades de São Paulo para colaborar na investigação do assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil paulista, Ruy Ferraz Fontes, executado na noite de segunda-feira (15) em Praia Grande, no litoral sul do Estado.
“Hoje cedo, liguei para o governador [Tarcísio de Freitas], colocando-me à inteira disposição de sua excelência no que for necessário para elucidar este crime horroroso”, declarou Lewandowski, durante audiência pública na Câmara dos Deputados sobre a PEC da Segurança Pública.
Segundo o ministro, o diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubo, também entraram em contato com o secretário estadual Guilherme Derrite, reforçando a oferta de apoio técnico da União.
Colaboração federal
Lewandowski afirmou que, neste momento, a principal ajuda possível será com peritos da Polícia Federal e o Banco Nacional de Perfis Genéticos, vinculado ao ministério. Ele ressaltou, no entanto, que a apuração seguirá sob responsabilidade das polícias estaduais.
“Estamos à inteira disposição. Claro, como coadjuvantes, pois a investigação está a cargo das valorosas polícias de São Paulo”, disse.
Em conversa com jornalistas, o ministro classificou o episódio como “um assassinato brutal que mostra o nível de violência que grassa no Brasil e em outros países”. Para Lewandowski, a disseminação de armas de uso restrito contribui para crimes dessa natureza.
“Claro que há outras razões muito graves para que o crime organizado se movimente, mas esta disseminação de armas de todos os calibres, inclusive de uso militar, é responsável por estes brutais assassinatos que estamos vendo”, afirmou.
Carreira e emboscada
Delegado por mais de 40 anos, Ruy Ferraz Fontes chefiou a Polícia Civil de São Paulo entre 2019 e 2022 e teve atuação de destaque no combate ao PCC, sendo responsável por prisões de lideranças da facção. Desde janeiro de 2023, exercia o cargo de secretário de Administração de Praia Grande.
Na noite de segunda-feira (15), Fontes foi alvo de uma emboscada. Câmeras de segurança registraram o momento em que seu carro capotou após colidir entre dois ônibus. Na sequência, três homens armados com fuzis desceram de outro veículo e dispararam várias vezes contra o ex-delegado.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que reforçou o policiamento na Baixada Santista e montou uma força-tarefa para identificar e prender os responsáveis.