O lateral-esquerdo Renan Lodi está de volta a Curitiba, onde utiliza a estrutura do CT do Caju, do Athletico Paranaense, para manter a forma física enquanto atravessa uma das fases mais complexas de sua carreira. O jogador, revelado pelo Furacão, acionou o Al-Hilal na Fifa e busca rescindir de forma unilateral seu contrato com o clube da Arábia Saudita, alegando falta de oportunidades em campo.

A disputa jurídica teve início após o Al-Hilal informar que Lodi não seria inscrito no Campeonato Saudita. Com isso, o atleta de 27 anos ficaria restrito a atuações pontuais na Liga dos Campeões da Ásia, o que motivou sua defesa a recorrer ao artigo 15 do Regulamento de Transferências da Fifa. O dispositivo prevê a possibilidade de rescisão contratual se o jogador participar de menos de 10% das partidas oficiais da temporada.

Pedido de liminar e possível novo clube - Os representantes de Lodi também solicitaram uma liminar à Fifa para que o jogador esteja liberado para assinar com outro clube ainda antes do julgamento final do caso, que pode demorar até dois meses. Em carta divulgada nas redes sociais, o lateral argumentou que não pode ser impedido de exercer sua profissão, e que a decisão judicial é a única alternativa após esgotadas as tentativas de diálogo com o clube árabe.

“Não se trata de ingratidão, mas de sobrevivência profissional. Não posso assistir à minha carreira parar, sendo que ainda posso competir em alto nível”, escreveu Lodi, destacando também o desejo de continuar sendo lembrado pela seleção brasileira, especialmente com foco na Copa do Mundo de 2026.

O Al-Hilal, por sua vez, respondeu com firmeza à decisão do brasileiro. Em nota oficial, o clube informou que recorrerá a todos os meios legais para garantir o cumprimento do contrato. A diretoria saudita afirmou ainda que só foi notificada da rescisão após o retorno do atleta ao Brasil, e que manterá a transparência com seus torcedores durante todo o processo.

A disputa promete se desenrolar não apenas nos bastidores do futebol, mas também em tribunais internacionais, envolvendo interpretações legais e direitos contratuais de ambas as partes.

O retorno ao CT do Caju não é apenas estratégico do ponto de vista físico. Lodi mantém uma forte ligação emocional com o Athletico Paranaense, clube onde foi formado e ganhou projeção para o futebol europeu. O pedido para treinar nas instalações do clube foi prontamente aceito, e alimenta especulações sobre uma possível reaproximação esportiva no futuro.

Em julho, o jogador já havia sido visto na Ligga Arena acompanhando uma partida do time na Série B, reforçando o laço com o Furacão e a torcida. Embora neste momento o foco esteja na resolução jurídica com o Al-Hilal, a volta a Curitiba reacende o debate sobre os próximos passos da carreira de Lodi — e, possivelmente, uma eventual volta ao clube que o revelou.