"Reformas garantiram futuro de MS"
O ex-governador de Mato Grosso do Sul avaliou a situação fiscal do País, destacou as reformas feitas em sua gestão
REINALDO AZAMBUJAEm entrevista concedida nesta terça-feira (16) ao programa Giro Estadual de Notícias, transmitido pelo Grupo Feitosa de Comunicação e pelas redes sociais do Jornal A Crítica, o ex-governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, avaliou a situação fiscal do país, destacou as reformas feitas em sua gestão, projetou os desafios para 2026 e confirmou que está deixando o PSDB para se filiar ao PL no próximo dia 21 de setembro.
A Crítica – O senhor afirmou que o Brasil precisa urgentemente de uma reforma do Estado. O que quer dizer com isso?
Reinaldo Azambuja – O Brasil está entrando no vermelho. O governo federal não tem coragem de enfrentar as reformas que o país precisa. Nós fizemos isso em Mato Grosso do Sul. Reformamos a previdência estadual, ajustamos a máquina e garantimos equilíbrio fiscal. Se o governo federal não fizer o mesmo, vai faltar dinheiro para investimentos e até para custear serviços básicos.
A Crítica – Em sua gestão o senhor defendeu ajustes duros. Eles foram suficientes para preparar Mato Grosso do Sul para o futuro?
Reinaldo Azambuja – Sim. Quando assumi, em 2015, o Estado estava em dificuldade, gastava mais do que arrecadava. Fizemos uma reforma administrativa, mexemos em privilégios, equilibramos as contas e garantimos investimentos em infraestrutura, saúde, educação e segurança. Hoje Mato Grosso do Sul é exemplo de responsabilidade fiscal no Brasil.
A Crítica – E qual foi o papel das reformas para o atual governo de Eduardo Riedel?
Reinaldo Azambuja – Riedel recebeu um Estado com contas equilibradas e capacidade de investir. As reformas que fizemos permitiram que ele pudesse dar continuidade a esse projeto. Foi isso que garantiu que Mato Grosso do Sul tivesse condições de atrair investimentos privados, gerar empregos e crescer acima da média nacional.
A Crítica – O senhor citou a rota bioceânica como um dos principais projetos de infraestrutura. Qual a importância dela para o futuro do Estado?
Reinaldo Azambuja – É uma revolução logística. A rota bioceânica vai ligar Mato Grosso do Sul ao Pacífico, encurtando distâncias e barateando custos. Significa mais competitividade para o agronegócio, para a indústria e para o comércio. É um projeto que vai transformar a economia do Estado nos próximos anos.
A Crítica – Há críticas de que grandes projetos ficam na promessa. Como garantir que a rota bioceânica saia do papel?
Reinaldo Azambuja – Diferente de outras promessas, essa já está em andamento. Fizemos a ponte em Porto Murtinho, o Paraguai está executando a sua parte e a Argentina também. É claro que obras dessa dimensão levam tempo, mas a rota é irreversível. Mato Grosso do Sul vai colher os frutos desse trabalho.
A Crítica – O senhor também tem falado sobre carbono neutro. Como esse projeto se encaixa na agenda do Estado?
Reinaldo Azambuja – Lançamos o programa Carbono Neutro 2030, pioneiro no Brasil. O mundo exige sustentabilidade, e Mato Grosso do Sul entendeu isso cedo. Hoje somos referência em produção sustentável, conciliando agropecuária e preservação ambiental. Esse será um dos maiores legados da nossa gestão.
A Crítica – Como avalia o papel da infovia digital para o desenvolvimento do Estado?
Reinaldo Azambuja – A infovia é essencial. Estamos falando de levar internet de alta qualidade para todas as regiões, inclusive áreas rurais e aldeias indígenas. Sem conectividade não há educação moderna, saúde eficiente ou competitividade empresarial. É outro pilar do futuro de Mato Grosso do Sul.
A Crítica – Sobre política: o senhor acredita que Eduardo Riedel terá apoio amplo para disputar a reeleição em 2026?
Reinaldo Azambuja – Sem dúvida. PL, PP e outros partidos já manifestaram apoio. Há unidade em torno do nome de Riedel porque ele representa a continuidade de um projeto que deu certo. É um governo equilibrado, que mantém diálogo e resultados.
A Crítica – E qual será o papel do senhor nesse processo?
Reinaldo Azambuja – Vou estar junto, ajudando, defendendo o projeto que construímos. Mas quem comanda agora é o governador Riedel. Ele tem condições de liderar essa frente ampla e consolidar o que já foi feito.
A Crítica – O senhor pensa em disputar algum cargo em 2026?
Reinaldo Azambuja – Não é meu foco. Meu papel é contribuir com a experiência de dois mandatos de governador, apoiar nosso grupo político e garantir que Mato Grosso do Sul continue avançando.
A Crítica – O senhor anunciou sua saída do PSDB após quase 30 anos. Por que tomou essa decisão?
Reinaldo Azambuja – O PSDB fez parte da minha trajetória, mas chegou o momento de seguir outro caminho. O cenário político mudou e eu senti que precisava acompanhar esse movimento para continuar contribuindo com Mato Grosso do Sul. Foi uma decisão madura, construída em diálogo.
A Crítica – E já está confirmada sua filiação ao PL?
Reinaldo Azambuja – Sim. Entreguei meu pedido de desfiliação ao PSDB e vou me filiar ao PL no dia 21 de setembro. É um partido forte, que tem grande representatividade em Mato Grosso do Sul e no Brasil, e que vai estar junto com o governador Riedel na eleição de 2026.
A Crítica – O senhor acredita que essa mudança pode alterar o equilíbrio político no Estado?
Reinaldo Azambuja – Acho que fortalece ainda mais a nossa base. O PL tem musculatura, estrutura e presença em todo o Estado. Essa união vai ajudar Riedel a consolidar seu projeto e dar ainda mais estabilidade política a Mato Grosso do Sul. Confira a entrevista: