O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), solicitou nesta segunda-feira (15) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília. Condenado a 27 anos de prisão, Bolsonaro cumpre pena em regime domiciliar por descumprimento de medidas cautelares impostas pelo Judiciário.

A visita está prevista para esta terça-feira (16) e será o primeiro encontro presencial entre Tarcísio e seu padrinho político desde a condenação do ex-presidente, ocorrida na última quinta-feira (11). A última reunião entre os dois havia acontecido no início de agosto.

Articulação pela anistia a Bolsonaro

Tarcísio adiou sua ida a Brasília, que estava marcada para esta segunda-feira, justamente para solicitar oficialmente a autorização ao STF. O objetivo da viagem é retomar as articulações junto ao Congresso pela aprovação de um projeto de anistia a Bolsonaro, proposta que vem sendo debatida entre parlamentares da base bolsonarista e setores do Centrão.

Com a condenação do ex-presidente, a pressão para que ele indique Tarcísio como seu sucessor político aumentou. Em troca, partidos aliados prometeriam empenho para aprovar a anistia ainda este ano, pavimentando o caminho para que Bolsonaro recupere os direitos políticos e possa influenciar diretamente nas eleições de 2026.

Gestos de fidelidade ao bolsonarismo

Nos últimos dias, Tarcísio tem feito movimentos estratégicos para se reconectar com a base bolsonarista, que vinha demonstrando desconfiança com sua atuação institucional como governador.

Entre as declarações mais emblemáticas, o governador afirmou que, caso eleito presidente da República, seu primeiro ato será conceder um indulto a Bolsonaro. Também participou de manifestação na Avenida Paulista, onde criticou duramente o STF e o ministro Alexandre de Moraes, em um gesto interpretado como aceno direto ao eleitorado mais fiel ao ex-presidente.

Tarcísio passou a semana retrasada em Brasília para defender a anistia, mas se manteve discreto na reta final do julgamento. A expectativa é que, com o reencontro com Bolsonaro e a retomada da agenda política na capital federal, ele fortaleça sua posição como potencial candidato à presidência em 2026.