15 de setembro de 2025 - 13h05

Parceria com Acnur leva energia solar a escolas e postos de saúde em Belém

Iniciativa prevê economia de R$ 1,1 milhão por ano e beneficia unidades que atendem população vulnerável e indígenas refugiados

ENERGIA LIMPA
Belém vai economizar R$ 1,1 milhão por ano com energia solar em escolas e unidades de saúde. - Foto: Reprodução

A prefeitura de Belém deve economizar aproximadamente R$ 1,1 milhão por ano com a instalação de painéis solares em duas unidades de saúde e duas escolas da rede municipal. O projeto, que será executado sem custos para o município, faz parte de uma parceria firmada com a Agência da ONU para Refugiados (Acnur) e integra ações voltadas para a sustentabilidade e acolhimento de populações em situação de vulnerabilidade.

O acordo foi assinado na última quinta-feira (11) e contempla o fornecimento, instalação e manutenção dos sistemas de energia solar nas unidades de saúde da família Guamá, no bairro de mesmo nome, e nas escolas Pedro Demo e Helder Fialho, localizadas no distrito de Outeiro.

Segundo a prefeitura, os locais foram escolhidos com base em dois critérios: alto consumo energético e o atendimento a públicos socialmente vulneráveis. A unidade Guamá, por exemplo, foi selecionada por registrar o maior número de atendimentos na área da saúde, o que também implica em elevado uso de energia elétrica. Já as escolas do Outeiro acolhem, entre outros alunos, crianças da comunidade indígena Warao, formada por refugiados venezuelanos.

Sustentabilidade e acolhimento

Para o prefeito de Belém, Igor Normando, a iniciativa representa um avanço importante em diversas frentes. “Hoje, ao firmar essa parceria em uma área tão importante como a energia renovável, damos um passo para gerar economia aos cofres públicos, promover a sustentabilidade e contribuir para a preservação do nosso clima”, afirmou.

O projeto está inserido em uma proposta mais ampla de cooperação técnica entre o município e a Acnur, com validade inicial de dois anos e possibilidade de renovação. A ideia é ampliar o alcance das políticas públicas inclusivas e promover acesso a serviços essenciais por parte de grupos em situação de risco social, como refugiados, solicitantes de asilo e apátridas.

Presença dos Warao em Belém

De acordo com um levantamento da própria Acnur, publicado no artigo Os Warao no Brasil, existem cerca de 7 mil indígenas da etnia Warao distribuídos por diferentes regiões do país. Em Belém, aproximadamente 800 vivem na região metropolitana, tornando a cidade um importante ponto de destino e permanência para esse grupo.

A inclusão das escolas Pedro Demo e Helder Fialho no projeto de energia solar reforça o compromisso do município com o acolhimento de refugiados e com a oferta de uma educação mais estruturada e sustentável para essas comunidades.

Longi entra como parceira técnica

A parceria também marca o início de uma colaboração entre a Acnur e a empresa chinesa Longi, fabricante dos painéis solares que serão utilizados nas unidades contempladas. O envolvimento da iniciativa privada fortalece a proposta técnica do projeto e viabiliza a ampliação do modelo para outras áreas no futuro.

A instalação dos equipamentos deve ocorrer nos próximos meses, com início imediato dos trabalhos logísticos e técnicos.

Belém e a COP30

O representante da Acnur no Brasil, Davide Torzilli, destacou a importância de envolver os refugiados nos debates sobre justiça climática. Segundo ele, a presença da Acnur está confirmada na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que será realizada em Belém, em novembro deste ano.

“É preciso que refugiados integrem os debates sobre justiça climática, trazendo seus pontos de vista, para contribuir com as discussões globais a partir da realidade local. Sua inclusão fortalece os serviços públicos e gera benefícios concretos para toda a comunidade, promovendo sociedades mais resilientes e inclusivas”, afirmou Torzilli.