Protestos no Nepal deixam 72 mortos e levam nova primeira-ministra ao poder
Após uma semana de manifestações violentas e a renúncia do premiê, Sushila Karki assume interinamente com a promessa de combater a corrupção e dialogar com a juventude
INTERNACIONALUma onda de protestos que tomou conta do Nepal na última semana já deixou 72 mortos e 191 feridos, segundo atualização do governo neste no último domingo (14). Os atos, marcados por violência e pela insatisfação popular, culminaram no incêndio do Parlamento e na renúncia do então primeiro-ministro KP Sharma Oli.
Sushila Karki, que assumiu o cargo de primeira-ministra interina na sexta-feira (12), fez seu primeiro discurso prometendo responder às principais demandas da população, especialmente dos jovens. “Temos que agir de acordo com o pensamento da ‘Geração Z’. O que este grupo exige é o fim da corrupção, boa governança e igualdade econômica”, declarou.
Ainda no domingo, Karki se reuniu com representantes do movimento que ganhou força nas redes sociais. Milhares de jovens usaram o aplicativo Discord para sugerir seu nome como líder temporária. “Eu não busquei a situação em que me encontrava. Meu nome foi trazido das ruas”, disse.
Com a nomeação, o Parlamento foi dissolvido e novas eleições gerais foram marcadas para 5 de março de 2026. O cenário de tensão é reforçado pelos desafios econômicos: mais de 20% dos jovens nepaleses, entre 15 e 24 anos, estão desempregados e o PIB per capita anual gira em torno de US$ 1.450, segundo dados do Banco Mundial.