Aramis Merki II | 14 de setembro de 2025 - 20h00

Brasil pode se tornar hub de inteligência artificial com data centers do Google Cloud

Investimentos em energia limpa e chips avançados de IA permitem que empresas processem dados localmente, com mais segurança e desempenho.

GOOGLE CLOUD
Thomas Kurian, CEO do Google Cloud. - (Foto: Google Cloud/Divulgação)

O Brasil tem potencial para se tornar um centro de processamento de inteligência artificial (IA) graças à energia limpa e acessível, avalia Thomas Kurian, presidente global do Google Cloud. A empresa estuda a demanda de clientes internacionais para hospedar seus dados em data centers brasileiros. Na última quarta-feira (10), o Google anunciou a instalação dos chips TPU Trillium em sua infraestrutura de São Paulo, voltados ao processamento de IA.

Os serviços em nuvem da companhia são usados por nove dos dez maiores laboratórios de inovação globais, que podem escolher onde armazenar seus dados. Kurian afirma que o Google Cloud já negocia com algumas empresas a manutenção da nuvem no Brasil, o que permite rodar aplicações de IA localmente, reduzindo a latência e atendendo a exigências regulatórias.

A sexta geração de TPUs possibilitará que clientes brasileiros executem aplicações de IA no país, incluindo soluções de mídia generativa, capazes de criar imagens, vídeos e áudios. Kurian cita como exemplo o Chirp, ferramenta que produz vozes personalizadas usadas em call centers, ajudando marcas a ter uma identidade sonora própria.

O desenvolvimento dos TPUs surgiu para atender a demanda do assistente de voz do Google. Em 2015, a empresa identificou que o crescimento de pesquisas por áudio exigiria mais capacidade de processamento. Hoje, os chips são essenciais para viabilizar IAs generativas que produzem mídia no Brasil.

Além disso, organizações brasileiras poderão utilizar o modelo de linguagem Gemini 2.5 mantendo os dados em seus próprios data centers. Essa configuração oferece maior segurança e desempenho, atendendo tanto o setor público, como a Serpro, quanto empresas privadas, incluindo bancos e instituições de saúde, que lidam com informações sensíveis.

Kurian ressalta que o modelo permite acessar tecnologias avançadas sem comprometer a confidencialidade dos dados, unindo inovação e segurança no processamento de inteligência artificial.