Wilian Miron e Renata Pedini | 13 de setembro de 2025 - 12h30

Alckmin descarta impacto de condenação de Bolsonaro nas relações comerciais com os EUA

Vice-presidente afirmou que decisões do STF não interferem em políticas de importação e destacou avanços nas negociações bilaterais

POLÍTICA
O vice-presidente da República e também ministro Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) criticou projeto de anistia a Bolsonaro. - (Foto: Wilton Junior / Estadão)

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afastou nesta sexta-feira a possibilidade de que a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento da tentativa de golpe, atrapalhe as negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.

Segundo Alckmin, não existe ligação entre decisões judiciais e a política regulatória do país. “Entendo que não, porque não há nenhuma relação entre decisão do Poder Judiciário e política regulatória. Imposto de importação é política regulatória”, afirmou.

O ministro ressaltou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem conduzido pessoalmente o diálogo com Washington. “Nós estamos permanentemente trabalhando, porque não há justificativa para o tarifaço. Dos dez produtos que os EUA mais exportam para nós, oito têm tarifa zero. E a tarifa média para entrar no Brasil é 2,7%”, explicou.

Alckmin lembrou que os Estados Unidos mantêm superávit na balança comercial com o Brasil, com crescimento de 12% nas exportações ao mercado brasileiro somente neste ano. O vice-presidente reforçou que a meta do governo é reduzir custos para ampliar o acesso de produtos nacionais no exterior. “Vamos trabalhar para reduzir impostos ao Brasil”, disse.

Durante visita à concessionária V12 da Volkswagen, em Brasília, Alckmin também destacou a alta nas vendas de automóveis sustentáveis. Entre 11 de julho e 11 de setembro, houve aumento de 26,1% nas vendas, resultado atribuído à redução de impostos. “Quando reduz o imposto, vende mais”, afirmou.