Redação | 13 de setembro de 2025 - 08h15

MS enfrenta estiagem prolongada e risco extremo de incêndios florestais

Altas temperaturas, ar seco e falta de chuvas criam cenário crítico em várias regiões do Estado.

CALOR EXTREMO
Estiagem prolongada e altas temperaturas elevam risco de incêndios florestais em Mato Grosso do Sul - (Foto: CEMTEC)

Mato Grosso do Sul vive um dos períodos mais críticos do ano em relação ao clima. A combinação de estiagem prolongada, calor intenso e baixa umidade do ar tem elevado de forma preocupante o risco de incêndios florestais em diferentes regiões.

Segundo análise do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), ligado à Semadesc, um sistema de alta pressão atmosférica mantém o tempo estável, sem chuvas e com forte insolação. Esse quadro resultou em temperaturas acima dos 38 °C e umidade relativa do ar entre 8% e 15% em municípios como Amambai, Ponta Porã, Três Lagoas e Bataguassu. Para efeito de comparação, índices abaixo de 30% já são considerados extremamente secos.

A falta de chuvas significativas agrava ainda mais a situação. Campo Grande, Coxim, Corumbá, Dourados, Ivinhema, Paranaíba e Três Lagoas estão há mais de 37 dias sem registrar precipitações expressivas. Em Porto Murtinho, o cenário é ainda mais grave: são 94 dias sem acumular 10 mm de chuva.

O monitoramento aponta que cidades como Três Lagoas, Paranaíba e Coxim enfrentam há pelo menos 13 dias consecutivos temperaturas acima dos 30 °C associadas a umidade inferior a 30%. Essa combinação cria o chamado “triângulo do fogo”, em que calor e ar seco formam ambiente altamente propício para a propagação das chamas.

Para os próximos dias, os índices de perigo de fogo seguem em nível extremo, com alta probabilidade de incêndios de difícil controle, mesmo com o uso de aeronaves. As projeções sazonais indicam ainda que, entre outubro e dezembro de 2025, as temperaturas devem permanecer acima da média, com chuvas mal distribuídas — prolongando o cenário de vulnerabilidade.

A avaliação do Cemtec conclui que o Estado atravessa um momento crítico, que exige medidas preventivas, estratégias de mitigação e fortalecimento da capacidade de resposta para reduzir os impactos ambientais, sociais e econômicos causados pelos incêndios.