EUA retiram tarifas extras sobre celulose e ferro-níquel do Brasil após ordem executiva
Decisão beneficia 25% das exportações brasileiras para os EUA, com destaque para o setor de celulose; Alckmin vê avanço, mas pede cautela
TARIFASAs exportações brasileiras de celulose e ferro-níquel para os Estados Unidos foram beneficiadas por uma nova decisão do governo norte-americano. A Ordem Executiva nº 14.346, publicada em 5 de setembro, isenta esses produtos das tarifas adicionais anunciadas ao longo de 2024, que previam uma alíquota de 10% e uma sobretaxa de 40%.
Na prática, a medida retira um peso significativo das exportações nacionais. Só no ano passado, o Brasil vendeu cerca de US$ 1,84 bilhão em celulose e ferro-níquel para os EUA, valor que corresponde a 4,6% do total exportado ao mercado norte-americano. A celulose foi o principal destaque, movimentando US$ 1,55 bilhão em pastas químicas de madeira não conífera e conífera.
Avanço para o setor de celulose
Com a exclusão, 25,1% do total exportado pelo Brasil aos Estados Unidos passa a ficar livre tanto da alíquota de 10% quanto da sobretaxa de 40% impostas pelo governo norte-americano a produtos brasileiros.
Para o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, a decisão representa um avanço, embora ainda haja desafios pela frente.
“O governo segue empenhado em diminuir a incidência de tarifas dos EUA sobre os produtos brasileiros. A mais recente ordem executiva dos EUA representa um avanço sobretudo para o setor de celulose do Brasil. Mas ainda há muito a ser feito e seguimos trabalhando para isso”, declarou.
Exportações brasileiras e impacto das tarifas
Segundo dados do MDIC divulgados em 11 de setembro, as exportações brasileiras para os Estados Unidos somam cerca de US$ 40 bilhões. Desse total:
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34,9% (US$ 14,1 bilhões) estão sujeitos às tarifas adicionais de 10% e 40% (em conjunto);
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16,7% (US$ 6,8 bilhões) estão sujeitos apenas à alíquota de 10%;
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25,1% (US$ 10,1 bilhões) estão livres de tarifas adicionais, após a nova ordem executiva;
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23,3% (US$ 9,4 bilhões) seguem sob tarifas específicas aplicadas igualmente a todos os países.