Karen Weise e Cade Metz | 12 de setembro de 2025 - 10h50

OpenAI inicia reestruturação para se tornar empresa com fins lucrativos

Organização planeja transformação em corporação de utilidade pública e redefine relação com a Microsoft

INTERNACIONAL
Dona do ChatGPT ainda funciona com um braço sem fins lucrativos, mas pretende mudar a natureza da empresa com reestruturações - Foto: Kiichiro Sato/AP

A OpenAI deu início a uma reestruturação que permitirá à empresa operar com fins lucrativos, transformando sua estrutura original de organização sem fins lucrativos em uma corporação de utilidade pública. O movimento envolve a concessão de participação acionária de pelo menos US$ 100 bilhões à entidade sem fins lucrativos que controla a empresa e a assinatura de um acordo provisório com a Microsoft para redefinir termos financeiros e comerciais.

Entre 2019 e 2023, a Microsoft investiu mais de US$ 13 bilhões na OpenAI, garantindo cerca de 49% dos lucros futuros da empresa. O novo acordo mantém cláusulas estratégicas do contrato original, incluindo restrições sobre o acesso à tecnologia mais avançada da OpenAI caso a empresa alcance a inteligência artificial geral (AGI).

Fundada há cerca de uma década como sem fins lucrativos, a OpenAI passou a operar com fins lucrativos liderada por Sam Altman e outros fundadores, à medida que cresceu rapidamente com o lançamento do ChatGPT e precisou captar novos recursos. A mudança permitirá à empresa levantar fundos do público e, futuramente, emitir ações em bolsa, mantendo o foco em criar valor social como corporação de utilidade pública.

A transição ocorre em meio a pressões de reguladores, concorrentes e especialistas em IA, que temem que a empresa tenha priorizado o crescimento comercial em detrimento da segurança e dos benefícios sociais da tecnologia. A entidade sem fins lucrativos que controla a OpenAI deve se tornar uma das mais ricas do mundo, com participação superior a 20% da empresa reorganizada.