Laís Adriana | 12 de setembro de 2025 - 10h45

Trump confirma prisão de suspeito por assassinato de Charlie Kirk

Durante entrevista, ex-presidente defende pena de morte e julgamento rápido; ataque é tratado como crime político em Utah

INTERNACIONAL
Tyler Robinson, suspeito de matar ativista pró-Trump, Charlie Kirk - (Foto: Gabinete do Governador de Utah)

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (12) que o suspeito do assassinato do ativista conservador Charlie Kirk foi capturado pelas autoridades. “Com um alto grau de certeza, nós o temos”, declarou Trump em entrevista ao programa Fox & Friends, da emissora Fox News.

Kirk, que era aliado próximo de Trump e cofundador da organização conservadora Turning Point USA, foi morto com um único tiro na quarta-feira (10) em Utah, no que a polícia local descreveu como “ataque direcionado”. O caso repercutiu nacionalmente e tem sido classificado pelo governador do estado, Spencer Cox, como um “assassinato político”.

Durante a entrevista, Trump evitou comentar se o crime teve motivação política, mas reforçou seu apoio à pena de morte em casos de assassinato. “Não sei dizer”, respondeu, ao ser questionado se o ataque estaria relacionado a um movimento político maior.

O republicano voltou a criticar o sistema de justiça norte-americano, que, segundo ele, é lento e ineficaz. “Veja a China, por exemplo. Eles têm um modelo que funciona rapidamente, não esperam anos para julgar alguém”, disse, em tom de crítica à demora nos processos judiciais nos Estados Unidos.

Trump também demonstrou frustração com a possibilidade de o suspeito cumprir apenas pena de prisão, a depender das leis estaduais. “Se o assassino de Charlie for culpado, teremos que mantê-lo e alimentá-lo por anos, talvez 25 anos”, afirmou.

O Departamento de Polícia de Utah confirmou que o ataque ocorreu de forma premeditada. O atirador teria disparado um único tiro de rifle de alta potência com ação de ferrolho, pulado de um telhado e fugido pela mata. Próximo ao local do crime, os investigadores recuperaram a arma utilizada no atentado.

O nome do suspeito ainda não foi divulgado pelas autoridades, e mais detalhes sobre sua motivação e possíveis vínculos políticos devem surgir nos próximos dias, conforme avançam as investigações.

O assassinato de Charlie Kirk acirrou o clima político nos Estados Unidos, especialmente entre eleitores conservadores, que passaram a acusar grupos de esquerda pelo atentado. Inicialmente, Trump sugeriu que o crime teria sido motivado por “ódio da esquerda radical”, mas recuou da declaração nesta sexta-feira.

Apesar da cautela, o tema já domina o noticiário e deve se tornar uma bandeira de campanha entre apoiadores de Trump, especialmente em estados onde a pena de morte é legal. A possibilidade de acelerar julgamentos e endurecer punições também deve voltar à pauta política nas próximas semanas.

Charlie Kirk era conhecido por seu ativismo conservador voltado especialmente para o público jovem. Sua organização, a Turning Point USA, atuava em universidades e eventos políticos, promovendo valores da direita norte-americana. Ele era figura constante em eventos de campanha de Trump e chegou a discursar na Convenção Nacional Republicana.

A morte do ativista, portanto, não representa apenas uma tragédia pessoal, mas também um golpe simbólico para a base ideológica do ex-presidente.

Com o anúncio da prisão do principal suspeito, a expectativa gira em torno do desdobramento do caso na Justiça e do impacto político que ele pode causar. O FBI e autoridades locais seguem investigando as circunstâncias do ataque, enquanto líderes conservadores pressionam por responsabilização imediata.

Ainda nesta semana, grupos de direita devem organizar vigílias e manifestações em homenagem a Kirk. A polarização política, já em níveis elevados nos Estados Unidos, tende a se intensificar com o episódio.