Rayssa Motta e Fausto Macedo | 12 de setembro de 2025 - 11h20

Defesa de Bolsonaro critica penas do STF e anuncia análise de recursos

Advogados classificam condenação de 27 anos e 3 meses como 'excessiva e desproporcional'

POLÍTICA
Ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete reús foram condenados pelo STF - Foto: Wilton Junior/Estadão

Os advogados Celso Vilardi e Paulo Amador da Cunha Bueno, que representam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), consideraram as penas fixadas nesta quinta-feira (11) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) como “absurdamente excessivas e desproporcionais”. Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses em regime inicial fechado pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado contra o patrimônio da União.

A defesa destacou que a sentença do ex-presidente foi a maior entre os réus por ele ter sido considerado o líder da trama golpista, mesmo com o desconto aplicado por ser maior de 70 anos.

Os advogados afirmaram que respeitam a decisão, mas manifestaram “profunda discordância e indignação” e anunciaram que vão aguardar a publicação do acórdão para avaliar os recursos cabíveis, inclusive no âmbito internacional.

Em nota, os criminalistas reforçaram:

“Continuaremos a sustentar que o ex-presidente não atentou contra o Estado Democrático, jamais participou de qualquer plano e muito menos dos atos ocorridos em 8 de janeiro. Também entendemos que o ex-presidente deveria ter sido julgado pela primeira instância ou, se assim não fosse, pelo Pleno do STF. A falta de tempo hábil para analisar a prova impediu a defesa de forma definitiva. As penas fixadas são absurdamente excessivas e desproporcionais.”