Mulheres já ocupam 15% dos canteiros da Plaenge em Campo Grande
De pedreiras a engenheiras, elas assumem funções variadas e desafiam a lógica masculina da construção civil.
A construção civil é hoje o setor que mais contrata em Mato Grosso do Sul. Só em julho, abriu 1.191 novas vagas no Estado, segundo o Observatório do Trabalho. O ritmo acelerado aparece nos números da Plaenge, grupo que já contratou 285 profissionais entre janeiro e agosto de 2025. O crescimento é de 54% em relação ao mesmo período do ano passado.
Nos canteiros, há uma mudança silenciosa, mas consistente: as mulheres já representam 15% da equipe. E não estão apenas nos escritórios. Entre elas há pedreiras, técnicas de segurança do trabalho, supervisoras de produção, assistentes de logística, engenheiras e coordenadoras de obra.
Segundo Valéria Gabas, diretora da unidade de Campo Grande, esse movimento é parte de uma estratégia que une formação e diversidade. “Estamos preparando e desenvolvendo nossa mão de obra de forma constante e consistente, com o objetivo de suportar o crescimento do grupo. Além disso, apoiamos iniciativas de entidades como o Sinduscon e o Senai, que contribuem ativamente com projetos de capacitação e qualificação profissional.”
Um dos exemplos é o programa Elas Constroem, da CBIC em parceria com o Senai, que começou em agosto em Campo Grande. São 75 alunas em cursos de revestimento cerâmico, pintura e operação de bobcat. Para Valéria, esse caminho é de longo prazo. “Hoje, as mulheres representam 15% dos trabalhadores em nossos canteiros de obra e vemos um grande potencial para ampliar essa presença. Por isso, investimos em qualificação em um círculo virtuoso que se retroalimenta.”
A aposta é que a diversidade, além de corrigir desigualdades, fortaleça a inovação e mantenha o ritmo de crescimento da empresa, que já entregou mais de 500 empreendimentos ao longo de seus 55 anos de história.