Redação | 11 de setembro de 2025 - 10h40

Após voto de Fux, Bolsonaro reaparece em Brasília, mas evita falar com imprensa

Ministro do STF defendeu absolvição do ex-presidente por falta de provas sobre plano golpista

POLÍTICA
O ex-presidente Jair Bolsonaro fez uma aparição de cerca de 20 minutos nesta quinta-feira, 11, na casa onde ele cumpre prisão domiciliar, em Brasília - (Foto: Wilton Junior/Estadão)

No dia seguinte ao voto do ministro Luiz Fux que o isenta de responsabilidade na trama golpista investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apareceu diante de sua casa em Brasília na manhã desta quinta-feira (11). Sorridente, ele acenou para apoiadores, mas não deu declarações à imprensa.

Bolsonaro estava acompanhado de Eduardo Torres, irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Na noite anterior, Torres organizou uma vigília com simpatizantes do ex-presidente nas proximidades do condomínio onde Bolsonaro cumpre prisão domiciliar.

É a segunda vez que o ex-presidente aparece em frente à residência durante o julgamento. No último dia 2, início da análise do caso pela Primeira Turma do STF, Bolsonaro já havia feito uma rápida aparição, dizendo que acompanhava a sessão remotamente. Segundo sua defesa, ele chegou a demonstrar interesse em comparecer presencialmente ao Supremo, mas foi desaconselhado por questões de saúde.

Na quarta-feira (10), o ministro Luiz Fux apresentou seu voto em sessão que durou cerca de 12 horas. Ele foi a favor da condenação do tenente-coronel Mauro Cid e do general Walter Braga Netto, mas absolveu os demais réus do chamado "núcleo crucial" da denúncia, incluindo Bolsonaro.

Mesmo ao tratar dos réus condenados, Fux limitou a pena a apenas um dos cinco crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR): a tentativa de abolir o Estado democrático de Direito. Para o ministro, não houve provas de que Bolsonaro tenha articulado um golpe, apenas cogitações vagas que, segundo ele, não caracterizam crime. “É desarrazoado equiparar palavras a atos efetivos de violência”, argumentou.

A defesa de Bolsonaro celebrou a posição de Fux. "Foi um voto técnico, que analisou detalhadamente as provas e acolheu a tese da defesa", disse o advogado Celso Vilardi.

Por outro lado, os ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, e Flávio Dino já se posicionaram pela condenação do ex-presidente e de outros sete acusados. Os votos de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, ainda são aguardados. A expectativa é de que o julgamento termine nesta sexta-feira, dia 12.