Espanha sugere que atletas israelenses sofram sanções esportivas como russos
Ministra Pilar Alegría cita massacre em Gaza e cobra ação da UCI e do COI em competições internacionais
CONFLITO E ESPORTEA porta-voz do governo espanhol e ministra da Educação e Esportes, Pilar Alegría, defendeu que Israel seja submetido a sanções esportivas semelhantes às aplicadas contra atletas e equipes da Rússia após a invasão da Ucrânia. A declaração ocorreu em meio à polêmica participação da equipe Israel-Premier Tech na Volta da Espanha, marcada por protestos e interrupções.
“O que estamos vivendo agora é um massacre, é um genocídio. São mais de 60 mil mortos, entre eles crianças e bebês que morrem de fome. É importante que o esporte adote uma posição, como vimos no caso da Rússia”, afirmou Alegría.
A ministra ressaltou que cabe à União Ciclista Internacional (UCI) e ao Comitê Olímpico Internacional (COI) decidir sobre possíveis punições. “Diante da gravidade do que ocorre em Gaza, precisamos tomar uma posição e agir”, declarou.
A Volta da Espanha, que termina neste domingo em Madri, tem sido palco de manifestações pró-palestinas contra a equipe Israel-Premier Tech. Na última semana, etapas em Bilbao e Pontevedra foram encurtadas após bloqueios de manifestantes.
Fundada pelo bilionário israelense-canadense Sylvan Adams, a equipe conta com apenas um ciclista israelense. Por motivos de segurança, ele precisou competir sem referências a Israel no uniforme.
As manifestações refletem também o aumento das tensões entre Espanha e Israel. O governo espanhol, liderado por Pedro Sánchez, reconheceu oficialmente o Estado da Palestina em maio de 2024 e tem reforçado críticas à ofensiva israelense em Gaza.
Novas medidas diplomáticas foram anunciadas recentemente com o objetivo de pressionar por um cessar-fogo e, segundo o governo, “acabar com o genocídio em Gaza”.