Redação | 11 de setembro de 2025 - 07h37

Voto de Fux por anular julgamento de Bolsonaro repercute na imprensa estrangeira

Agências internacionais destacam divergência do ministro no STF e apontam tensão no caso que julga tentativa de golpe

POLÍTICA
Imprensa internacional repercute voto do ministro do STF Luiz Fux - (Foto: Wilton Junior/Estadão)

O voto do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), a favor da anulação do processo que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro, teve ampla repercussão na imprensa internacional. A decisão, apresentada nesta quarta-feira (10), contraria os votos dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que defendem a condenação de Bolsonaro e outros sete acusados por tentativa de golpe.

A agência Reuters destacou a decisão com a manchete: "Juiz brasileiro vota pela anulação do caso Bolsonaro, rompendo com pares", e ressaltou que a posição de Fux aumentou a tensão em um processo que já provoca divisões no Brasil.

A agência de notícias Reuters destacou o voto do ministro Luiz Fux com a manchete: “Juiz brasileiro vota pela anulação do caso Bolsonaro, rompendo com os pares.” 

Já o jornal espanhol EFE focou na questão da competência do STF. Com o título “O terceiro juiz do caso Bolsonaro pede a anulação do processo por ‘incompetência’ do Supremo Tribunal Federal”, a matéria destacou o argumento central do ministro: os atos investigados ocorreram após o fim do mandato de Bolsonaro, o que, segundo ele, tiraria do STF a autoridade para julgar o caso.

A agência EFE destacou o voto do ministro Luiz Fux com a manchete: “O terceiro juiz do caso Bolsonaro pede a anulação do processo por 'incompetência' do Supremo Tribunal Federal”

No jornal argentino La Nación, o destaque foi para a contundência de Fux ao criticar o andamento da ação. A publicação afirmou que o ministro classificou como de "absoluta incompetência" a atuação da Primeira Turma do STF no caso. Ainda assim, o jornal argentino lembrou que, mesmo com o voto divergente, a condenação do ex-presidente continua sendo considerada provável.

A publicação também recordou que Jair Bolsonaro, de 70 anos, atualmente cumpre prisão domiciliar e pode ser condenado a mais de 40 anos de prisão, caso o Supremo entenda que ele liderou uma tentativa de golpe de Estado.

O voto do relator Alexandre de Moraes também chamou atenção fora do país. Veículos internacionais enfatizaram sua declaração de que Bolsonaro liderou uma organização criminosa com o objetivo de subverter a ordem democrática no Brasil. Moraes se posicionou de forma firme pela condenação de todos os envolvidos.

Com três votos já proferidos, o julgamento segue pendente dos posicionamentos da ministra Cármen Lúcia e do ministro Cristiano Zanin. A expectativa é de que o processo seja concluído na próxima sexta-feira, 12.